Senado pode barrar pedido de impeachment da presidente Dilma

Após dois dias de julgamento, ficaram vencidos na discussão Fachin, que é o relator (em 1º plano), Dias Toffoli e Gilmar Mendes ( FOTO: CARLOS HUMBERTO/STF )
Após dois dias de julgamento, ficaram vencidos na discussão Fachin, que é o relator (em 1º plano), Dias Toffoli e Gilmar Mendes ( FOTO: CARLOS HUMBERTO/STF )
Brasília. A presidente Dilma Rousseff (PT) obteve, ontem, uma vitória importante no Supremo Tribunal Federal (STF) com o reconhecimento da autonomia do Senado para barrar o impeachment contra a petista, mesmo após eventual aprovação do processo na Câmara. > Eleição da Comissão Especial terá de ser aberta Oito dos onze ministros da Corte admitiram a tese governista de que os deputados apenas autorizam o andamento do processo, mas a decisão não vincula a instauração do impeachment no Senado. Pela decisão do Supremo, somente a aprovação por maioria simples dos senadores (41 dos 81) instaura o procedimento o que geraria afastamento de Dilma do cargo por 180 dias. Antes fim do julgamento, com o indicativo favorável, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, já comemorava. “O trem entrou nos trilhos. E os trilhos são retos e não tortos”, afirmou o ministro. O advogado do PT, Flávio Caetano, disse que o STF definiu as regras do jogo e invalidou “atos arbitrários” do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). d Para o governo, deixar nas mãos do Senado a definição sobre o impeachment traz alívio inicial no processo porque joga para a frente eventual afastamento de Dilma – decisão mais drástica – e abre espaço para discussões políticas na Casa. Até agora o Senado tem base aliada mais fiel do que a da Câmara dos Deputados, conduzida por Cunha, rompido com o governo. O julgamento de ontem dividiu o Tribunal em duas linhas. A maioria seguiu proposta do ministro Luís Roberto Barroso, que abriu a divergência com a decisão do relator, ministro Luiz Edson Fachin. O voto de Fachin, apresentado na quarta-feira, 16, foi desfavorável ao governo. Ao discutir o papel do Senado, Barroso afirmou que a Casa não é um “carimbador de papeis da Câmara”. “Não tem sentido, numa matéria de tamanha relevância, estabelecer relação de subordinação institucional do Senado à Câmara”, disse o decano do Tribunal, Celso de Mello. Ficaram vencidos na discussão os ministros Fachin, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Os três entendiam que a decisão dos deputados vinculava a instauração do processo de impeachment pelo Senado. Também por maioria, foi derrubada a eleição da comissão especial do impeachment já formada na Câmara. A decisão do STF dividiu a opinião de juristas. Para o advogado Pierpaolo Bottini, professor da faculdade de Direito da USP, a decisão foi acertada. “A decisão de dar poder ao Senado foi correta. Um ato da gravidade do impeachment exige cuidado na admissibilidade”, disse. Já para o jurista Ives Gandra Martins, o STF interveio em outro Poder. “Se o Congresso quisesse, poderia preservar sua competência normativa”, disse. Decisão sobre rito Comissão especial da Câmara Será formada por indicados por líderes de partidos, sem chapa avulsa (7 votos a favor/ 4 contra); Voto secreto Eleição da comissão especial deve ser aberta (6 votos a favor/ 5 contra) Defesa prévia A presidente Dilma não precisa ser ouvida nessa fase (11 votos a favor) Poder do senado O Senado pode rejeitar o processo (8 votos a favor/ 3 votos contra)   Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/
Zeudir Queiroz

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