Reforma da previdência. A longa estrada para a aposentadoria

mtb-1A proposta de reforma da Previdência apresentada esta semana pelo Governo está dando um nó na cabeça de muitos brasileiros. Além de aumentar a idade mínima para aposentadoria para 65 anos para homens e mulheres e pelo menos 25 anos de contribuição, o texto proposto traz regras que vão afetar em maior ou menor grau praticamente todos os trabalhadores. Pelas contas do Governo, com as mudanças será possível gerar uma economia de até R$ 678 bilhões aos cofres públicos até 2027. Mas, na prática, vai deixar o sonho da aposentadoria mais distante para maioria da população. O servidor público Francisco Régis Holanda, de 42, vai ter que refazer seus planos de aposentadoria. Ele que começou a contribuir aos 21 anos, tinha o sonho de se aposentar de forma integral quando atingisse os 60. Seriam mais 16 anos de trabalho. Mas, com as novas regras, ele vai ter que esperar mais 28 anos para alcançar este objetivo. “Este projeto é muito injusto porque não leva em consideração quem começou a trabalhar cedo. Já trabalhei 21 anos e vou ter que trabalhar até os 70 anos, serão quase 50 anos de contribuição”. Mas nem todo mundo vai ser afetado da mesma forma. A enfermeira Marta Costa tem 65 anos e começou a contribuir com o Regime Próprio da Previdência do Estado em 1981. Ela se mantém na ativa, mesmo tendo cumprido os requisitos atuais para a aposentadoria. Conforme o texto, ela tem direitos adquiridos e não será afetada pelas mudanças. O valor do benefício que receberá quando parar de trabalhar também não estará sujeito ao teto do INSS, que passa a valer para todos os servidores públicos – inclusive estaduais e municipais – que ingressaram depois de 2003. Mas como também atua no setor privado, neste caso, para se aposentar pelo INSS terá que trabalhar um pouco mais, já que tem 157 meses de contribuições, 23 a menos que as exigidas atualmente. Como tem mais de 45 anos, ela se enquadra na categoria de transição e terá que contribuir 50% a mais que o tempo que falta hoje, o que daria quase três anos, para receber 67% da média dos salários de contribuição. “Não estou preocupada por mim. Mas penso na minha família, filhos, netos, sobrinhos. Eles vão ter que trabalhar até os 65 anos! Essa reforma não pode passar desse jeito, a gente tem que protestar!”. Fonte: http://www.opovo.com.br/
Zeudir Queiroz

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