CPI convoca aliados e pede dados do celular de Bolsonaro

Foto: Reprodução Web
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do 8 de janeiro aprovou nesta terça-feira (13) requerimentos para convocar os bolsonaristas Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, e o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência na gestão de Jair Bolsonaro (PL). Ainda foram validados pedidos de acesso a documentos da Polícia Federal no âmbito de investigações em curso, inclusive as que contêm os dados dos celulares de Bolsonaro e de Mauro Cid. A solicitação sobre os dados foi protocolada pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE), segundo o qual é pertinente seguir essa linha de investigação porque alguns diálogos e a possível fraude nos documentos poderiam estar ligados ao que estava sendo planejado para o 8 de janeiro. “O que nós estamos pedindo (e aqui eu retifico) são as informações da Operação Venire, que levou aos diálogos que têm conteúdos sobre o 8 de janeiro de 2023”, embasou. A discussão do requerimento chegou a ser contestada pela oposição, mas foi mantida e o pedido foi aprovado. A oposição chegou a propor que todos os requerimentos apresentados à comissão menos um fossem aprovados. A exceção seria o que dá acesso a informações relacionadas à investigação do cartão de vacinação de Bolsonaro. O rol proposto pelo deputado Filipe Barros (PL-PR) incluiria a convocação de nomes como o atual ministro da Justiça, Flávio Dino, e do diretor da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues. O governo foi contra a proposta, que acabou rejeitada por 20 votos a 11. Prevaleceu a proposta do líder do presidente Lula (PT) no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues, que propôs blocos de votação, defendendo a aprovação da convocação de nomes ligados ao governo Bolsonaro, mas a rejeição de nomes da atual gestão. A CPI teve em pauta quase 300 requerimentos na pauta. O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal durante a invasão à sede dos três Poderes e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Torres já era alvo dado como certo, inclusive pela oposição, e deve ser um dos primeiros a ser convocado. Já a convocação de Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, ganhou força depois que a Polícia Federal localizou no celular dele conversas e estudos para a decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que permite ao presidente da República convocar as Forças Armadas. Golpe Aliados do governo querem reconstruir o que se passou no entorno de Bolsonaro desde a vitória de Lula (PT), em outubro do ano passado, para comprovar a tese de que estava em curso uma tentativa de golpe de Estado. O deputado federal Rogério Correia (PT-MG), um dos principais integrantes da tropa de choque do petista na comissão, afirma que as descobertas da PF têm colocado o tenente-coronel no centro das investigações. “Nós não podemos é começar de trás para frente, que é o que eles [oposicionistas] querem. A tese nossa é outra. A nossa tese é de que houve uma tentativa de golpe. Bolsonaro é investigado, Flávio Dino [ministro da Justiça] não é”, afirma Correia sobre o atual ministro da Justiça. Próximos Mauro Cid foi alvo de sete pedidos de convocação ou convite pela CPI do 8 de janeiro. Ele foi convocado pela CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal no mês passado, mas ainda não foi ouvido. Dino, por outro lado, pode ser apenas convidado a prestar depoimento – condição em que não é obrigado a comparecer. A convocação de Cid e o convite à Dino contam com o apoio do presidente da CPI, deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA). Desde semana passada, o deputado também tem defendido a convocação do coronel da Polícia Militar Jorge Naime. Naime era chefe do Departamento Operacional da PM em 8 de janeiro, mas havia tirado licença. O presidente da CPI também quer priorizar o depoimento do então diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha e do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias – esse último, no entanto, ainda não teve sua chamada aprovada. A convocação dos dois é parte da estratégia da oposição de apontar falhas do governo Lula e reforçar que o presidente e seus auxiliares, avisados da tentativa de invasão, poderiam ter evitado a depredação das sedes dos Três Poderes. (Com informações da Agência Senado) Fonte: https://oestadoce.com.br/
Zeudir Queiroz

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