O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), deu voz de prisão ao ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias. Solicitou seu recolhimento à Polícia do Senado. Preso, Dias pagou fiança de R$ 1,1 mil e vai responder o processo em liberdade.
A decisão de Aziz gerou protestos do depoente e de sua defesa advocatícia. Após o pedido de prisão, Eliziane Gama (Cidadania-MA) pediu mais uma chance a Dias para que ele “esclareça os fatos”. Eis a justificativa de Aziz:
– Dei todas as chances à Vossa Senhoria. Ele vai ser recolhido pela Polícia do Senado. Tem coisas que não dá pra admitir, os áudios que temos do Dominghetti são claros. O sr. fez um juramento (de dizer a verdade), e o sr. está detido pela presidência da CPI. Morre gente todo dia, o sr. é vítima de uma acusação muito séria e não colabora — argumentou Aziz.
Após a voz de prisão, a pedido do vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e da defesa de Dias, passaram a ser veiculados áudios em posse da CPI. Mas Aziz mantém a voz de prisão, apesar dos protestos de Marcos Rogério (DEM-RO) e dos apelos de Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). Para Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Simone Tebet (MDB-MS), o ex-funcionário do Ministério da Saúde devia ser acareado com o ex-secretário-executivo Elcio Franco.
A prisão foi apoiada por Fabiano Contarato (Rede-ES), Rogério Carvalho (PT-SE) e pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL).
Escândalo – Simone Tebet (MDB-MS) questionou Roberto Dias se houve o envio de procuração da Bharat Biontech, fabricante da Covaxin, para atestar a regularidade fiscal da Precisa Medicamentos que justificasse a assinatura da nota de empenho para pagamento de R$ 1,6 bilhão previsto no contrato de compra dos imunizantes. O depoente disse não recordar e que precisaria consultar dados do processo.
Na avaliação da senadora, o ex-diretor da diretoria de Logística deve se enquadrar como testemunha e não como investigado da CPI, porque, na visão de Tebet, ele passou a perder autonomia sobre as compras de vacinas em janeiro de 2021 para que “o núcleo militar controlasse o galinheiro”. Para ela, Roberto Dias não é o principal responsável pelo “propinoduto”.
A senadora afirmou que o escândalo no contrato da Covaxin, eivado de irregularidades, explica o desinteresse do governo Bolsonaro na compra de vacinas da Pfizer. Simone Tebet observou que a vacina Covaxin não era adequada para o combate à pandemia, já que não poderia ser ministrada a pessoas com comorbidades e idosas.
- Polícia Federal Indicia Jair Bolsonaro e 36 Pessoas por tentativa de golpe de estado - 21 de novembro de 2024
- Deputado Apóstolo Luiz Henrique condena divisão entre fiéis e discurso de ódio na política - 21 de novembro de 2024
- Feirão SPC Brasil: renegociação de dívidas com descontos de até 99% - 21 de novembro de 2024