Polícial Civil agride funcionária de pousada em Jericoacoara; veja vídeo

Imagem de divulgação da Web

Uma inspetora da Polícia Civil foi filmada agredindo uma funcionária da pousada onde ela estava hospedada em Jericoacoara, no litoral do Ceará, neste domingo (11). O vídeo, feito pela vítima da agressão, pode ser visto acima.

De acordo a dona da pousada, Antônia Maria de Sousa, a agressão ocorreu após a funcionária, que não teve a identidade revelada, solicitar que a mulher usasse máscara dentro do estabelecimento.

No vídeo, a funcionária caminha atrás da inspetora de polícia e narra o episódio, contanto que a mulher não quis usar o acessório. No momento da filmagem em que a agressora agride a funcionária, ela está usando máscara no rosto.

Em nota, a Polícia Militar afirma que a policial negou ter agredido a funcionária. “A suposta vítima das agressões não se apresentou [à polícia] enquanto ele [Batalhão policial que atendeu à ocorrência] e sua equipe estiveram no estabelecimento, e a policial civil negou ter havido agressões.”

Uma lei em vigor no estado do Ceará obriga o uso de máscara em locais públicos e privados, com multa de R$ 100 em caso de descumprimento.

A praia de Jericoacoara, uma das mais procuradas por turistas do Ceará, esteve lotada neste fim de semana. Houve pelo menos três ocorrências de violência envolvendo policiais e diversas denúncias de descumprimento das normas sanitárias para evitar o contágio por coronavírus.

Policiais se recusaram a atender chamado

De acordo com a proprietária da pousada, os policiais foram chamados para atender o caso de agressão, mas se recusaram a atender depois que souberam que a pessoa denunciada também era policial.

“Os policiais disseram que não iam levar ela na delegacia e eu fui saber o porquê. Me disseram que se quisesse que a gente contratasse um táxi para ir até a delegacia. Ela (funcionária) chorava muito, estava muito machucada e o tenente muito alterado. O policial militar me jogou no chão e me chutou dizendo que não era meu empregado. Ainda pegou meu celular e jogou dentro da viatura. Nos humilhou muito”, contou Antônia.

Após também ter sido agredida, a empresária disse ter entrado em contato com advogados e ido junto à funcionária até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde foram medicadas.

A vítima reclamou por não ter sido acolhida pelos policiais militares e disse que mesmo em situação de flagrante eles se negaram a encaminhá-la até um local onde pudesse ser feito exame de corpo de delito.

Conforme a polícia, a vítima não apresentou queixas ao batalhão que atendeu a ocorrência e por isso não houve registro de crime.

“Por não ter vislumbrado situação de flagrante delito, não houve condução dos envolvidos à delegacia. Apenas o aparelho celular da dona da pousada foi apreendido e apresentado à autoridade policial na Delegacia Regional de Camocim”, diz a corporação, em nota.

Investigação

A Secretaria da Segurança Pública informou, por nota, que a ocorrência vem sendo apurada. “Todas as circunstâncias do fato, bem como do atendimento prestado pelos profissionais de segurança acionados até o local são acompanhados pela pasta. Oitivas ocorrerão ainda na nesta segunda-feira (12), na Delegacia Regional de Camocim”, conforme a SSPDS.

Já a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) disse ter determinado a imediata apuração dos fatos na seara administrativa disciplinar.

Outra ocorrência também relacionada a abuso de autoridade foi registrada em Jericoacoara no último fim de semana. O representante jurídico Wellington Robert contou que estava em uma barraca de caipirinha na praia, na noite do sábado (10), quando policiais militares chegaram ao local acionando spray de pimenta contra os visitantes.

“Foi do nada. Eles não avisaram, nada. Jogaram spray de pimenta e queimou minhas costas. Fui para a UPA. Isso é uma falta de respeito muito grande. Abordagem agressiva”, disse Robert.

Sobre este caso, a Polícia Militar afirma que “houve a necessidade do uso de spray de pimenta para dispersar pessoas que se aglomeravam e insistiam em desobedecer às orientações e ordens dos policiais militares”.

Veja vídeo:

Fonte: https://g1.globo.com/ce

Zeudir Queiroz

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