O “mundo errou” ao recomendar que pacientes esperassem ter falta de ar, considera secretário da Saúde do Ceará sobre a pandemia

Um dia antes de o Ceará completar seis meses da pandemia de Covid-19, o secretário estadual da Saúde, Carlos Roberto Martins, o Dr. Cabeto, fez um balanço das ações voltadas ao enfrentamento do novo coronavírus. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (14), ele afirmou que a “forma de comunicação inicial”, ainda no mês de março, quando foram confirmados os primeiros infectados, poderia ter sido mais assertiva.

Isso porque, à época, o titular da Sesa orientava que apenas pessoas do grupo de risco ou aquelas que apresentassem sintomas graves da doença deveriam procurar uma unidade hospitalar. Já os pacientes gripados, assintomáticos e os não-graves poderiam permanecer em casa.

Atualmente, contudo, Dr. Cabeto julga essa recomendação como um erro ocorrido não só no Ceará, mas em escala global, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos.

“Eu acho que o mundo inteiro pautou uma coisa chamada ‘não vá ao hospital, espere ter falta de ar’, e a gente viu no decorrer da evolução, acho que o mundo errou, o CDC errou, a OMS errou. É preciso que se diga claramente”, aponta.

Assistência

O secretário justificou que ao longo da pandemia, “o atendimento precoce provou ser eficaz no melhoramento da condição clínica do paciente”.

“A gente viu que quando esse doente chega mais precoce, você melhora a qualidade da estratificação do risco, melhora o resultado do tratamento. Acho que essa forma de comunicar poderia ter sido melhor”, alega.

Por outro lado, o médico mencionou as estratégias com repercussão positiva adotadas pela pasta, a começar pela reclusão domiciliar determinada por decreto estadual logo após os primeiros casos positivos para o SARS-Cov-2.

“Fazer um isolamento muito precoce. Acho que não dá dúvida que muitas vidas foram poupadas. Segundo, nos prepararmos para essa pandemia estruturando o estado da maneira adequada. A outra coisa fundamental foi a harmonia entre os poderes, foi de bom senso construir um comitê de governança da crise”.

Fonte: G1 – CE

Zeudir Queiroz

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