Medalha da Abolição destaca três cearenses

No Palácio da Abolição, o governador entregou a Medalha da Abolição para Fausto Nilo, Maria da Penha e Huygens Garcia KID JÚNIOR
No Palácio da Abolição, o governador entregou a Medalha da Abolição para Fausto Nilo, Maria da Penha e Huygens Garcia
KID JÚNIOR
Escolher os agraciados à Medalha da Abolição foi a missão mais difícil, conforme o governador Camilo Santana, em seu mandato. “Graças a Deus, são muitos os cearenses que merecem ser reconhecidos por sua atuação”, completa. Neste ano, três foram escolhidos e, durante o discurso, fizeram jus ao nome da homenagem e do ambiente da solenidade. Maria da Penha Maia Fernandes foi a primeira agraciada. Farmacêutica bioquímica de profissão, é reconhecida por ser uma sobrevivente da violência doméstica, por lutar diariamente contra isso e ainda emprestar o seu nome à Lei que, segundo ela, considera como a carta de alforria da mulher brasileira. “A violência doméstica ainda hoje escraviza mulheres a uma vida de medo, de dor e opressão”, pontua. Por isso, ela dedicou a medalha a todas as mulheres que ainda precisam lutar para “quebrar os seus grilhões”. Essa temática esteve presente, ainda, na fala de José Huygens Parente Garcia. Mais do que praticar a Medicina, ele esteve à frente a todo momento para implantar o programa de transplante de fígado no Estado e, como bem disse, “libertar o Ceará da dependência de outros centros mais desenvolvidos”. Houve discursos desmotivadores de terceiros, durante o percurso, porém não desistiu. O primeiro transplante foi dia 18 de maio de 2002, no Hospital Universitário Walter Cantídio. Em treze anos, já foram realizadas 1.093 procedimentos. Parte dessa vitória dedicou ao seu pai, presente na cerimônia e aplaudido de pé pelos convidados e homenageados, por sempre incentivar e tirar da agricultura recursos para financiar a educação de seus seis filhos. Quem também lembrou daqueles presentes em sua trajetória pessoal e profissional foi arquiteto, urbanista, compositor e poeta Fausto Nilo. “Eu sou um sujeito de sorte. Eu queria dizer, alguém já disse isso, a vida é oportunidade, um pouco de talento e um pouco de sorte. Agradeço essa sorte de ter conhecido essas pessoas e ao Ceará, na pessoa do governador, por essa honrosa homenagem de hoje”, declarou. E, foi lembrando de todos aqueles que contribuíram para as conquistas dos agraciados, que o governador Camilo Santana construiu o seu discurso: “Será que a força da nossa querida Maria da Penha demonstrou na sua luta contra a violência doméstica surgiu espontaneamente ou será que cresceu com todas as experiências que ela dividiu com outras mulheres que sofreram o que ela sofreu, e que, à sua maneira, contribuiu para que ela conseguisse levantar a voz, buscar parcerias e se tornar referência nacional e internacional na busca por igualdade de gênero”. Assim, ele encerrou dizendo “entregar essa comenda é agraciar a todos os cearenses que fazem parte da história de vocês (homenageados)”. Camila Marcelo Repórter Fonte: Diário do Nordeste
Zeudir Queiroz

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