‘Impossível administrar tanta dor’, diz pai que perdeu três filhos para o câncer

Portador de uma síndrome rara que deixa o paciente mais suscetível ao aparecimento do câncer, o corretor de imóveis Régis Feitosa Mota carrega a dor da perda dos três filhos para a doença em um intervalo de apenas quatro anos. Ele tinha 46 anos quando descobriu que tinha a síndrome de Li-Fraumeni.

“Foi uma coisa muito em cima uma da outra que não deu nem tempo para ter luto porque era terminando o tratamento de um filho e começando o do outro, e falecendo outro, e assim num período de quatro anos perdi os três filhos. É impossível administrar tanta dor, tanta sofrimento e ter luto ao mesmo tempo”, disse Regis.

A síndrome é caracterizada por alterar o gene TP53, fazendo com que a produção da proteína responsável por impedir o crescimento de tumores seja insuficiente. É por isso que pacientes que têm essa condição hereditária rara estão tão vulneráveis a desenvolver diversos tipos de cânceres durante a vida. A probabilidade é de 90% de chances de os portadores terem o câncer até os 70 anos.

Já a probabilidade de repassar o gene deficiente para os filhos é de 50%. No caso da família de Regis, os três tiveram que conviver com a doença.

“Isso nos uniu bastante. Eles tinham muita força, muita aceitação apesar da doença e da gravidade todos sabiam, mesmo a mais nova. Sempre procurávamos manter a alegria, a harmonia. Os meninos deixaram um legado muito grande de ensinamento”, diz Régis.

 

Zeudir Queiroz

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