Brics trará milhares de pessoas a Fortaleza

Encontro dos emergentes, na Capital Cearense, acontece daqui a quase um mês, e já mexe com a Cidade

Se os olhos do mundo estão voltados agora para o Brasil por conta da Copa, outro evento de porte internacional fará com permaneçam assim por mais um tempo. E desta vez mais especificamente apontados para o Ceará. Daqui a praticamente um mês, tão logo termine o Mundial de Futebol, no dia seguinte, Fortaleza amanhece com as cores não só do Brasil, mas também da Rússia, da China, da Índia e da África do Sul, cujos presidentes e suas comitivas, jornalistas e empresários de diversas nacionalidades estarão na Capital cearense para a VI Cúpula do Brics, a segunda ser realizada no País. A expectativa é de que três mil pessoas participem do encontro. A quase 30 dias do início, a novidade fica por conta da mudança de formato, que de dois – inicialmente 15 e 16 de julho -, passa para três dias, sendo 14 e 15 em Fortaleza, no Centro de Eventos do Ceará, e 16 em Brasília, no Palácio do Itamaraty, quando o encerramento contará com a presença de presidentes das nações da América do Sul. Tentativa de aproximação Na capital federal, os líderes sul-americanos serão convidados a apresentar sua perspectiva sobre o tema da cúpula de 2014- Crescimento Inclusivo: soluções Sustentáveis. O convite aos líderes regionais, outra novidade para o encontro dos Brics deste ano, faz parte da estratégia do grupo de aproximação com países não membros, priorizando nações em desenvolvimento. Segundo os especialistas em política internacional, a iniciativa representa uma vitória da diplomacia brasileira e uma grande contribuição dos demais países do Brics, reforçando o papel do Brasil como liderança regional em um momento em que as negociações do processo de integração sul-americana continuam paradas. Comitivas Estimativa da Assessoria para Assuntos Internacionais do Governo do Ceará, cerca de três mil participantes deverão estar envolvidos nos dois dias de encontro em Fortaleza. “Além das comitivas de cada país, que devem ter de 120 a 150 pessoas, estimamos a vinda de cerca de 1.200 jornalistas internacionais, e ainda cerca de 800 empresários das nacionalidades dos Brics”, explica Hélio Leitão, assessor para Assuntos Internacionais do executivo cearense. Agenda Conforme disse, a agenda até agora prevista para os dois dias de cúpula na Capital do Ceará, envolve na manhã do dia 14, segunda-feira, o Fórum Empresarial e a tarde uma reunião entre os ministros das áreas de economia e finanças dos integrantes do grupo, assim como de indústria e comércio e dos respectivos bancos centrais de cada país. Já na terça-feira, dia 15, os presidentes do Brasil (Dilma Rousseff), da Rússia (Vladimir Putin), da Índia (Pranab Mukherjee), da China (Xi Jinping) e da África do Sul (Jacob Zuma) terão reunião fechada, e, em seguida, durante seus discursos públicos, deverão destacar o papel do bloco na inclusão de pessoas no mercado de consumo, seja pelo crescimento econômico ou por meio de políticas públicas, e reforçar o compromisso com o desenvolvimento sustentável, evocando, assim, a contribuição dos países do Brics na redução da pobreza e no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), não apenas em seus territórios. “Mesmo com o encerramento dessa cúpula ficando para Brasília, esses dois dias na Capital cearense já nos enche de orgulho. É um motivo de prestígio para o Ceará trazer o evento para cá”, destaca Leitão. Conforme disse, no último dia 4, comitivas dos país do grupo – oito integrantes cada – e do Itamaraty, estiveram em Fortaleza para nova visita ao Centro de Eventos e discutir o novo formato da cúpula. O Brasil é o único país do bloco até agora a sediar o encontro dos chefes de Estado do Brics por duas vezes e deve ser palco de duas importantes decisões. A expectativa dos governos do grupo é que até 15 de julho esteja tudo acertado para as assinaturas do Tratado Constitutivo do Arranjo Contingente de Reservas, que instituirá um fundo no valor de US$ 100 bilhões para auxiliar os membros que, no futuro, estejam em situação delicada no balanço de pagamentos e do acordo para a criação do banco de desenvolvimento Brics. Esta sexta cúpula acontece ainda em um momento em que as projeções de crescimento para economia mundial voltam a cair, assim como as previsões para os países emergentes também foram reduzidas, colocando em xeque o papel do Brics diante dos atuais desafios estratégicos da atualidade. FIQUE POR DENTRO O que é o grupo e sua importância mundial A ideia do Brics foi formulada pelo economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O’Neil, em estudo de 2001, intitulado “Building Better Global Economic Brics”. Fixou-se como categoria da análise nos meios econômico-financeiros, empresariais, acadêmicos e de comunicação. Em 2006, o conceito deu origem a um agrupamento, propriamente dito, incorporado à política externa de Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2011, por ocasião da III Cúpula, a África do Sul passou a fazer parte do grupo, que adotou a sigla Brics. Em síntese, o Brics abre para seus cinco membros espaço para diálogo, identificação de convergências e concertação em relação a vários temas, além de ampliação de contatos e cooperação em setores. Anchieta Dantas Jr. Repórter Fonte: Diário do Nordeste
Zeudir Queiroz

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