Bens de Solange Almeida e Xand da banda Aviões do Forró são bloqueados

Além dos vocalistas da banda Aviões do Forró, os empresários Isaías CDs e Carlinhos Aristides estão impedidos de comercializarem seus bens. A Operação ”For All” investiga esquema de sonegação de impostos a partir da empresa A3 Entretenimento

Solange Almeida deixa prédio da Superintendência da Polícia Federal, em Fortaleza, após prestar depoimento (Foto: Aurélio Alves)
Solange Almeida deixa prédio da Superintendência da Polícia Federal, em Fortaleza, após prestar depoimento (Foto: Aurélio Alves)
A primeira fase da operação “For All” deflagrada na manhã desta terça-feira, 18, pela Polícia Federal em conjunto com a Receita Federal, bloqueou 163 imóveis, 38 veículos de pessoas físicas e outros 31 de pessoas jurídicas ligadas à empresa A3 Entretenimento. Os vocalistas da banda Aviões do Forró, Solange Almeida e Xand Avião, além dos empresários Isaías CDs e Carlinhos Aristides, tiveram bens bloqueados pela decisão. De acordo com a Polícia Federal em coletiva à imprensa, as bandas de forró ligadas à empresa não declaravam o valor integral dos cachês no Imposto de Renda. Apenas 20% ou 50% eram revelados à Receita, por se tratarem da parcela que era depositada nas contas bancárias das empresas. A outra parte era paga em dinheiro vivo às bandas. Além dos cachês dos shows, outros valores eram omitidos pelas bandas de forró e pela A3 Entretenimento, que administra as bandas Aviões do Forró e Solteirões do Forró, duas das quatro envolvidas no caso. A PF não divulgou os nomes das outras bandas. Cerca de 26 empresas estão ligadas no esquema, segundo informações da PF. “O que causou estranheza foi o que é divulgado e o que efetivamente vai para a declaração. Quando você cruza a quantidade de shows que é realizada por ano com o valor que eles cobram por cachê, a gente vê que é totalmente díspare do que eles informam oficialmente à Receita Federal. É uma diferença enorme”, disse a delegada da PF, Doralucia Oliveira de Souza. Ainda de acordo com a delegada, que está à frente da operação há dois anos, as investigações continuam e irão abranger outras empresas e outras bandas no Ceará. “Existem dois caminhos. Um mundo oficial e um mundo clandestino, subterrâneo. A parte formal dessas empresas representa em torno de 20% do que efetivamente circulava de dinheiro. A grande parte dos recursos circulava em espécie, e isso demonstra claramente a tentativa de se evadir da tributação, o que apresenta indícios de lavagem de dinheiro”, afirmou João Batista Barros, auditor fiscal e superintendente da Receita Federal do Ceará, Piauí e Maranhão. Aviões do Forró A banda Aviões do Forró irá cumprir normalmente a agenda de shows, segundo informou a assessoria de imprensa do grupo musical. Pela manhã, em nota, a assessoria informou também que a “Aviões do Forró está à disposição da Polícia Federal e da Justiça e que colaborará com todos os questionamentos em relação à operação”. Saiba mais Segundo o advogado Charles Soares, os bens ficam bloqueados à disposição da Justiça para pagamento de dívida posterior, sendo penhorados até o término da investigação. Eles podem ser usados, mas não negociados se tratando dos imóveis e veículos. Fonte: http://www.opovo.com.br/
Zeudir Queiroz

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