Explosão em fábrica caseira, clandestina, de fogos, na zona rural de Iguatu deixa um morto

Bombeiros fizeram rescaldo da casa e encontraram vestígios de explosivos. Foto: HB
Bombeiros fizeram rescaldo da casa e encontraram vestígios de explosivos. Foto: HB
Uma explosão de uma fábrica caseira de fogos no sítio Baixiozinho, zona rural do município de Iguatu, distante 10 km do centro urbano, resultou na morte do fabricante de artefatos, Francilúcio Alves de Oliveira, 61 anos, por volta das 10 horas da manhã desta sexta-feira, 9. A mulher dele, Luzinete Gonçalves de Freitas, 55 anos, ficou ferida e foi levada por uma ambulância do Samu para o Hospital Regional de Iguatu. No momento da explosão estavam também na casa, os dois filhos do casal, Lúcio de Freitas Oliveira, 27 anos, e Lucas de Freitas Oliveira, 18 anos, que sofreram apenas escoriações leves e ficaram muito abalados com a tragédia. FABRICAVA E FUMAVA De acordo com relato de Lúcio Oliveira, o pai fabricava os fogos de artifício e havia muito estoque em casa. “Ele era teimoso, fumava, a gente pedia para parar, mas ele dizia que era a arte que ele sabia fazer e gostava”, contou. “Era aposentados e não precisava mais fazer isso”. Há oito anos e meio que a família se mudou da cidade de Iguatu para o sítio Baixiozinho e o pai continuou fabricando os fogos de artifício, que eram vendidos de forma clandestina para comerciantes da região. Francilúcio Oliveira aprendeu a arte de fazer fogos em São Paulo, onde sofrera dois acidentes em 2001 e 2002. Os dedos da mão direita eram decepados. Depois de uma denúncia em 2008 por fabricação clandestina na capital paulista resolveu voltar para o Interior do Ceará, onde nascera. NÃO DÁ PARA FISCALIZAR  Segundo o major Nijair Pinto, comandante local do Corpo de Bombeiros, a fabricação caseira era clandestina. “Não temos registro de casa de fabricação de fogos e nem temos como detectar essas unidades de produção de fogos, sem uma denúncia de um morador, em locais isolados, na zona rural”, frisou. “Foi um milagre toda a família não ter morrido. A casa ruiu, paredes do muro dos vizinhos foram destruídas parcialmente e há pedaços de telhas e tijolos a mais de 50 metros”. “Eu pensei que o mundo estava se acabando, quando ouvi a explosão muito forte”, disse o agricultor, aposentado, José Almeida da Cruz. “Foi um estrondo muito grande”. GRANDE EXPLOSÃO Há exatos 21 anos houve uma grande explosão em uma loja de fogos de artifício na cidade de Iguatu, conhecida como depósito de Milton Afonso, deixando dois mortos, um ferido e destruição de várias lojas no centro comercial. No local havia fabricação clandestina de bombas juninas e fogos de artifício. Fonte: Diário do Nordeste    
Zeudir Queiroz

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