Deputados ‘apostam’ na liberação dos jogos de azar no Brasil

O primeiro semestre da Câmara dos Deputados deve ser polêmico, com a discussão da controversa proposta de liberação dos ‘jogos de azar’, indo a plenário. As bancadas da ‘bala’ e da ‘bíblia’, devem divergir opiniões dos parlamentares sobre a medida. No Amazonas, o delegado Pablo Oliva (PSL) e o Capitão Alberto Neto (Republicanos), já se posicionam favoráveis aos jogos de apostas, justificando pontos benéficos, como maior arrecadação de impostos, geração de emprego e renda para o Estado.
Dois dos sete parlamentares que representam o Amazonas na Câmara dos deputados, são favoráveis a liberação dos jogos. Sendo o Capitão Alberto Neto e o Delegado Pablo
A retomada da discussão sobre a regulamentação dos ‘jogos de azar’, aconteceu em dezembro do ano passado e poderá ser votada ainda no primeiro semestre. Os parlamentares do Amazonas deliberam seu apoio ou rechaçam, o Projeto de Lei (PL) 186/2014 que dispõe sobre a exploração; definições, autorizações e destinação dos recursos arrecadados dos jogos. Além disso, o PL define as infrações administrativas e os crimes em decorrência da violação das regras dos jogos. O delegado Pablo Oliva (PSL), é um dos deputados favoráveis ao PL (PLS 186/14), que prevê a liberação dos jogos de azar no Brasil. Os benefícios desta medida, segundo Oliva podem favorecer a região Amazônica de várias formas. “Os benefícios dessa liberação (dos cassinos) são diversos; pois se trata de um novo modelo de motor econômico, capaz de gerar renda às pessoas ligadas direta e indiretamente às atividades de jogos. Não só em quem trabalha nos cassinos ou jogos online será beneficiado, pois os empreendimentos de hotelaria, turismo, bem como o de alimentação, entretenimento serão positivamente impactados”, comentou Pablo. A coleta de impostos para o Estado, sem a necessidade de criação de outra contribuição oriunda da população, é outro fator considerado vantajoso por Pablo. “Atualmente as atividades de jogo ocorrem ilegalmente, sem fiscalização e recolhimento de tributos. A partir dessa coleta, esses recursos poderiam ser utilizados nas mais variadas ações do poder público; como saúde, educação e segurança pública. Tudo isso sem criar nenhum novo imposto, considerando o período de escassez de recursos, não podemos onerar mais ainda a população”, ponderou Oliva. Pablo foi incisivo ao afirmar que empresas de jogo de azar, serão responsáveis por fomentar o crime de ‘lavagem de dinheiro’. Prática ilícita executada por organizações, para esconder a origem ilícita de valores ou bens. “Isso é um mito, é importante citar que toda e qualquer atividade econômica pode ser utilizada para lavagem de dinheiro. Por essa razão, as máfias incorporavam o faturamento do crime às lavanderias, para tornar ‘limpo’ a origem desse dinheiro ilegal”, explica o delegado. “Os Estados Unidos sendo maior nação capitalista do mundo, assim como outras centenas de países têm o jogo regulamentado. Utilizando inúmeros mecanismos de controle e fiscalização, para punir os eventuais desvios. No Brasil, a situação não está boa; existem o ‘jogo do bicho’, cassinos ilegais e outras jogatinas ilícitas. Se essa atividade não for regulamentada e controlado pelo estado, aí sim o jogo será uma fonte de criminalidade”, justifica Oliva, sobre o sucesso da regulamentação dos jogos de azar pelo mundo afora. Vicio em jogos “(Jogar) é uma atividade social e realmente precisa de atenção redobrada do poder público, assim como a venda de cigarro e bebidas alcoólicas. Os vícios podem ocorrer em toda atividade humana, por essa razão, a fiscalização e a regulamentação do Estado, devem impedir que a sociedade saia do controle” completou Oliva. Sobre o convencimento da ‘Bancada Evangélica’, umas das ferrenhas opositoras do projeto na Câmara, e representada no Amazonas, pelo deputado Silas Câmara (Republicanos), Oliva afirma que não há um consenso geral a respeito da medida. “Não há unanimidade em nenhuma proposta que tramita no Congresso. Vamos ao diálogo, com os argumentos e levar o assunto para a sociedade. O melhor para o povo deve ser aplicado, sempre”, finaliza. Posição da Bancada Alberto Neto, deputado correligionário de Silas, já se posicionou positivamente a legalização dos ‘jogos de azar’, mas aprova a medida com ressalva. “Não sou fã de cassinos ou qualquer outro tipo de jogos, mas sempre irei defender a geração de emprego e renda no Estado. Se a atividade for legalizada, o jogo no Brasil e o Amazonas criarão condições para se tornar modelos para o mundo. É inegável o avanço que o povo irá usufruir, o turismo seria incrementado e os serviços impulsionariam o comércio, criando assim um novo ciclo econômico. Temos potencial para alcançamos um ‘padrão’ Las Vegas”, comentou Alberto. Silas Câmara, já declarou publicamente seu repúdio a liberação de jogos. “Nos levantaremos fortes e decisivamente contra os jogos de azar. A Frente Parlamentar Evangélica é absolutamente contra o vício, drogas, turismo sexual, escravidão e contra a miséria. E a jogatina é sinônimo de tudo isso. Somos a favor da vida, da família, da saúde social, e quem é a favor de tudo isso não pode compactuar com os jogos de azar. Conosco não tem conversa: é ‘não’ para qualquer coisa que afronte nossos princípios”, disse Silas anteriormente. Até o fechamento desta edição, os deputados José Ricardo (PT), Marcelo Ramos (PR), Sidney Leite (PSD) ainda não haviam se manifestado sobre a medida. A equipe de reportagem também tentou sem sucesso, contato com os parlamentares Atila Lins (PP) e Bosco Saraiva (SD). (Em Tempo – Carol Givone – Manaus – AM Fonte: http://www.bnldata.com.br/
Zeudir Queiroz

Compartilhar notícia: