Estudante reafirma acusação de tentativa de estupro contra Feliciano

Patrícia Lélis conta que foi chamada por Feliciano para ir ao apartamento funcional dele, no dia 15/6. Então, segundo ela, o deputado tentou estuprá-la
A estudante de jornalismo Patrícia Lélis, que denunciou o deputado Marco Feliciano (PSC) por tentativa de estupro e agressão
A estudante de jornalismo Patrícia Lélis, que denunciou o deputado Marco Feliciano (PSC) por tentativa de estupro e agressão
A estudante de jornalismo Patrícia Lélis reafirmou ontem, em entrevista coletiva, a acusação de tentativa de estupro contra o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) e de ameaça e cárcere privado contra o assessor dele, Talma Bauer. O assessor chegou a ser detido em São Paulo na última sexta-feira, 5, por causa da denúncia, mais foi liberado na madrugada de sábado, 6. Patrícia é da juventude do PSC, partido de Feliciano. A estudante contou que foi chamada por Feliciano para ir ao apartamento funcional dele, em Brasília, no dia 15 de junho, para participar de uma reunião sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigaria a União Nacional dos Estudantes (UNE). Segundo ela, ao chegar à casa do deputado, ela descobriu que ele estava sozinho e que não havia reunião. Feliciano então, segundo a estudante, tentou estuprá-la. Patrícia relata que gritou e que uma vizinha do deputado bateu à porta para saber o que estava acontecendo, o que colaborou para que o fato não se concretizasse. Ainda de acordo com a estudante, assim que deixou o apartamento funcional de Feliciano, ela foi à Câmara dos Deputados e tentou pedir ajuda a membros do PSC, entre eles o presidente do partido, Pastor Everaldo, em vão. Patrícia relata que recebeu oferta de dinheiro de Everaldo, que teria entregado um saco com uma quantia que ela não sabe o valor. Na entrevista desta tarde, Patrícia Lélis contou ainda que alguns dias depois recebeu uma oferta de emprego em São Paulo do jornalista Emerson Biazon e viajou com ele para lá. No entanto, ela suspeita que Biazon foi enviado por Feliciano, porque ela não chegou a fazer a entrevista para a vaga. Em São Paulo, Patrícia diz ter recebido a visita de Bauer, o que foi registrado pelas câmeras de segurança do hotel em que ela estava hospedada. A partir do momento em que ficaram sozinhos, a estudante relata que passou a receber ameaças do assessor de Feliciano e foi obrigada a entregar para ele senhas de redes sociais, que ele passou a gerenciar como se fosse ela. “As duas fotos que tem com o meu namorado que foram postadas, foram postadas pelo Bauer. Porque até então ele estava com as minhas senhas. (Tinha) senha do Facebook, tinha baixado o whatsappweb no computador dele e a senha do Instagram”, listou. “Foi à base de ameaça, ele estava armado. Tudo que eu fiz foi à base de ameaça. E não foi qualquer ameaça. Foram ameaças de uma pessoa que tinha uma arma. Porque até então, o Bauer é aposentado da polícia, ele anda armado”, completou. O outro lado Em um vídeo postado em sua página na internet ontem, Marco Feliciano nega o caso e diz que com o tempo ficará provado que as acusações não passam de “engodo” e “mentira”. Talma Bauer não foi localizado pela reportagem da Agência Brasil. A assessoria de Pastor Everaldo informou que ele deve se pronunciar sobre o caso por meio de nota nesta terça, 9. Saiba mais Os bastidores da misteriosa viagem de Patrícia Lélis para São Paulo, onde caiu nas mãos de Talma Bauer, chefe de gabinete do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), envolvem mentiras, ‘amigos’ conhecidos pela internet, ofertas de emprego em TV de SP, hotel pago para uma semana e recados intimidadores até a jovem parar no 3ª DP paulista para denunciar a todos. No domingo à noite, ela confirmou as denúncias ao registrar mais dois B.Os. na Delegacia da Mulher em Brasília. Patrícia, como notório, acusa Feliciano de assédio sexual, agressão e tentativa de estupro dentro do apartamento funcional do deputado em Brasília, numa história recheada de vaivéns cujo script já é chamada nas redes sociais de ‘House of Feliciano’ – numa alusão ao seriado de sucesso da Netflix que envolve Poder e outras tramas. A Polícia de SP já descobriu que o hotel tinha diárias pagas para Patrícia para 11 dias, até esta próxima quarta, 10, e investiga quem pagou os custos – suspeita-se que seja Bauer, o chefe de gabinete. Quando o caso veio à tona, na 3º DP, Patrícia relatou à Coluna: “Emerson me levou diretamente para o hotel e, para minha surpresa, quando eu cheguei lá, encontramos o Bauer na recepção”. (Coluna Esplanada) Fonte: http://www.opovo.com.br/
Zeudir Queiroz

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