La Niña não deve influenciar chuvas no Ceará em 2017, diz Funceme

La ninaA quadra chuvosa do Ceará pode não receber, no próximo ano, a contribuição do La Niña, um dos fatores que influenciam as precipitações no Estado. Análises da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) indicam que o fenômeno pode ser neutralizado nos meses de março, abril e maio de 2017, quando normalmente se esperam os maiores volumes de chuvas no território cearense. O levantamento da Funceme indica que há 55% de chances de o fenômeno não atuar no período da estação chuvosa. “Se o fenômeno se dissipar precocemente, que é o que estamos observando, não haverá influência dele no período de maiores chuvas”, frisa Raul Fritz, meteorologista da Funceme. De acordo com ele, o fenômeno deve se estender até meados de março de 2017. No entanto, historicamente, não há registros de que o La Niña traga precipitações durante o segundo semestre nem no período de pré-estação chuvosa (meses de dezembro e janeiro). A avaliação, porém, não confirma que os meses da quadra invernosa — entre fevereiro a maio — terão chuvas abaixo da média. Para esse prognóstico, deve ser considerado outro sistema meteorológico, a Zona de Convergência Intertropical, que só pode ser analisada a partir de janeiro. O estudo, no entanto, reacende a preocupação de o Estado enfrentar o sexto ano consecutivo de estiagem — seria o período de seca mais longo de que se tem registro no Ceará. A última seca tão prolongada aconteceu entre 1979 e 1983. O La Niña é um fenômeno que ocorre pelo esfriamento das águas do Oceano Pacífico. Esse cenário favorece a formação de frentes-frias para o Nordeste brasileiro, o que pode ser traduzido com mais chuvas para a região. Seca excepcional Parte do território cearense atingiu em julho o nível de “seca excepcional”, o mais drástico na escala de estiagem da Agência Nacional das Águas (ANA). É o pior cenário da estiagem no Estado desde dezembro de 2016. A informação foi publicada ontem pelo O POVO a partir de informações consolidadas pelos Monitor da Seca — ferramenta do Governo Federal que acompanha a evolução da estiagem. A intensidade da seca no Ceará varia entre moderada, grave, extrema e excepcional. O Estado é um dos quatro do Nordeste cuja situação é mais crítica, acompanhado de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Saiba mais Para prever como será a repercussão do La Niña na quadra chuvosa, os pesquisadores utilizam informações que são captadas por boias na superfície e na profundeza do Oceano Pacífico Esses equipamentos captam as informações de temperatura em vários níveis de profundidade. Os dados são enquadrados em uma série de modelos estatísticos e dinâmicos que permitem lançar previsões de como o fenômeno deve se comportar a curto prazo. Frase O ESTUDO DA FUNCEME REACENDE A PREOCUPAÇÃO DE O ESTADO ENFRENTAR O SEXTO ANO CONSECUTIVO DE ESTIAGEM — SERIA O PERÍODO DE SECA MAIS LONGO DE QUE SE TEM REGISTRO NO CEARÁ Fonte: O POVO online
Zeudir Queiroz

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