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Sérgio Machado pede 20 dias a Teori para fazer novas denúncias

Delator que derrubou três ministros, Machado comandou complexo esquema de repasse de propinas
Delator que derrubou três ministros, Machado comandou complexo esquema de repasse de propinas

Delator envolvido na queda de até três ministros de Michel Temer (PMDB), o cearense Sérgio Machado pode voltar a trazer problemas ao governo do presidente em exercício. Neste fim de semana, advogados do ex-presidente da Transpetro enviaram documento ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo prazo de 20 dias para recolher dados e fazer novas denúncias.

Na petição protocolada pelos advogados do ex-presidente da Transpetro no STF, é dito que o delator deseja “complementar” anexos que apresentou. Homologada no mês passado, delação de Machado pode ser alterada para ampliar acusações e até mesmo incluir novas gravações.

O ex-presidente da Transpetro, no entanto, pede prazo de até vinte dias para levantar as informações do caso. O pedido deve acirrar ânimos em Brasília: Em sua delação, Machado citou ter repassado propinas para cerca de 20 políticos de “alto escalão”, entre diversos partidos da base e da oposição.

Entre eles, estão integrantes do PMDB, PT, PP, DEM, PSDB e PSB. Ele aponta o PMDB como maior beneficiário de repasses ilegais bancados por empresas com contratos com a Transpetro, em cerca de R$ 100 milhões.

Michel Temer

A delação cita inclusive o presidente em exercício. Em seu depoimento, Machado disse que, em reunião com Michel Temer em 2012, o então vice-presidente pediu para ele intermediar uma doação irregular de R$ 1,5 milhão para campanha do ex-deputado Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo.

Ele afirma ter cumprido o “acordo” e repassado o dinheiro, através de doação da empreiteira Queiroz Galvão. Ele afirma ainda que Temer sabia da origem ilegal do repasse, de que o recurso veio de contratos de empresas com a Transpetro.

“Homem bomba” do governo peemedebista, Machado foi responsável direto pela queda de dois ministros de Temer. Ex-ministro do Planejamento, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) deixou o cargo após aparecer em gravações articulando um “pacto” para barrar investigações da Lava Jato.

Já o ex-titular da Transparência, Fabiano Silveira, caiu em gravação de Machado orientando investigados da Lava Jato. Um terceiro ministro, Henrique Alves (PMDB-RN), também foi citado por Machado e deixou o Ministério do Turismo logo após. Ele, no entanto, nega que sua saída tenha relação com as denúncias. (das agências)

Fonte: http://www.opovo.com.br/

Zeudir Queiroz