Os secretários Arialdo Pinho (Turismo) e Antonio Balhmann (Assuntos Estratégicos), acusados de articularem propinas de R$ 20 milhões na delação da JBS, devem permanecer – ao menos por enquanto – no governo Camilo Santana (PT).
A decisão foi tomada após reunião a portas fechadas do Conselho por Resultados e Gestão Fiscal (Cogerf), uma espécie de “cúpula” decisória do Palácio da Abolição. Além de Camilo, participaram da reunião na sede do governo os secretários Maia Júnior (Planejamento), Nelson Martins (Casa-Civil) e Mauro Filho (Fazenda).
Apesar de a reunião ter tratado oficialmente de questões de renúncia fiscal, O POVO apurou que situação dos secretários também entrou na pauta. Durantes as conversas, parte do grupo se manifestou pelo afastamento dos secretários. Outros, por outro lado, avaliaram que a saída poderia ser interpretada como condenação prévia dos secretários.
Após muito debate, o grupo definiu que ambos permanecerão, ao menos por enquanto, nos cargos. Envolvendo dois homens fortes da gestão, situação coloca Camilo sob intensa pressão política. Apesar de serem acusados por questões anteriores ao governo, secretários acabam trazendo a Lava Jato para dentro do atual gestão.
Governo do Ceará e Lava Jato
Em depoimento de delação premiada na Lava Jato, o empresário Wesley Batista, um dos donos da JBS, disse ter liberado R$ 20 milhões em propinas para campanha de Camilo em 2014 em troca do pagamento de uma dívida de R$ 110 milhões do governo do Ceará com a empresa.
Em seu depoimento, Wesley destaca diversas vezes jamais ter se encontrado ou conversado com Camilo Santana. Segundo ele, repasses teriam sido articulados por Cid Gomes, Antonio Balhmann e Arialdo Pinho.
Em nota, o ex-governador repudiou as acusações e disse nunca ter “recebido um centavo” da JBS. Já Balhmann destaca que doações que recebeu da JBS ocorreram em função do trabalho dele “em prol da consolidação do setor calçadista” no Ceará. Já Camilo destaca que todas as contas de sua campanha foram aprovadas na Justiça.
Fonte: http://blog.opovo.com.br/
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