O governador Camilo Santana (PT) se reúne com o presidente Michel Temer (MDB) nesta terça-feira, 30. Na pauta deverá estar a crise na segurança pública que assola o Ceará. O encontro consta na agenda do governador para as 13 horas desta terça, 14 horas no horário de verão em Brasília. Camilo embarcou para Brasília às 9 horas deste terça.
A crise na segurança pública no Ceará se agravou nos últimos dias. Em ato articulado por facção criminosa, 14 pessoas foram executadas em chacina cometida na festa “Forró do Gago”, no bairro Cajazeiras, na periferia de Fortaleza. O episódio teve repercussão internacional.
Após o crime, Camilo Santana cobrou o Governo Federal por falta de ação contra o crime organizado. “Estamos pagando um preço caro por uma falta de política nacional. Governo Federal tem de cumprir
A manifestação de Camilo desagradou o Governo Federal e provocou reações em Brasília. O ministro da Justiça, Torquato Jardim, emitiu nota na qual reclamou de interesses políticos que atrapalhariam a cooperação.
Ele disse que a União continuará a “oferecer apoio técnico e financeiro aos Estados, como vem fazendo regularmente, para que os órgãos de segurança pública trabalhem de forma integrada e harmoniosa, ainda que os governantes não solicitem apoio por razões eminentemente políticas”.
Ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun foi mais duro. “Transferir isso para o Governo Federal é um absurdo, então, com todo o respeito, quem não tem competência, que não se estabeleça”. Ele disse ainda considerar que é uma questão que cabe ao Estado, e que o Ceará não receberá ajuda, pois está conduzindo bem a questão.
Em postagem no Facebook, o senador Tasso Jereissati (PSDB) cobrou providências. “Já passou do tempo para tomarmos uma atitude séria e responsável diante da gravidade do momento que estamos vivendo. A sociedade está em pânico e a situação está evidentemente fora do controle”, escreveu no Facebook.
Ainda na segunda-feira, mesmo dia da reação dos ministros, o Ceará teve outra chacina, com dez mortos, na cadeia pública de Itapajé, distante 124 km de Fortaleza. Depois da matança, presos começaram a ser transferidos, separados conforme a facção à qual pertencem.
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