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Denúncia mostra descaso após a silenciosa redução de vans em Fortaleza

Robson Cavalcante

Um fato que muita gente já deve ter percebido, em algumas linhas do transporte alternativo de Fortaleza, é o tempo de espera nas paradas, que só vem piorado a cada dia que passa.  Este quadro se agravou após a monopolização concedida por parte da Prefeitura Municipal de Fortaleza à Cooperativa dos Transportadores Autônomos de Passageiros do Estado do Ceará – COOTRAPS. Segundo informações, desde que assumiu este monopólio, a Cooperativa tomou posse dos veículos dos permissionários e assumiu a administração de todas as linhas.

Este é o maior problema que tem prejudicado a população em massa. Enquanto um número cada vez maior de passageiros precisam utilizar o transporte como meio alternativo para se deslocar entre vários pontos da capital, a Cooperativa tem reduzido a frota, provocando assim superlotação nos veículos e um maior tempo de espera nas paradas. O motivo? dezenas de veículos quebrados, alguns em situação de total abandono, na garagem da Cooperativa. Em uma das denúncias que recebemos, é possível ver os veículos na garagem sem pneus, sem caixa de marcha e alguns até criando lodo no seu interior como mostram as imagens no final desta matéria.

O correto seria 20 carros circulando em cada linha, porém, nas últimas semanas, menos de 10 carros apenas têm realizado o percurso. Provocando atrasos para os passageiros que necessitam utilizar estes transportes e a superlotações nos veículos.

A monopolização foi concedida através uma polêmica licitação que, inclusive, o Ministério Público do Estado do Ceará havia pedido a suspensão pela suspeita de favorecimento na licitação de serviço das vans para uma única cooperativa: a Cootraps.  Anteriormente este serviço era prestado por 320 permissionários autônomos, congregado entre duas cooperativas, Cooperbus e Cootraps, que exploravam o total de 16 linhas na capital. Os próprios permissionários eram responsáveis pelo reparo imediato nos veículos, garantindo assim a qualidade no transporte, já que estes têm o interesse de oferecer o melhor serviço possível para a população, visando assim um maior lucro.

Por um lado a fantasia do bilhete único que permite aos passageiros pegar mais de um transporte público da capital, no intervalo de duas horas, pagando apenas a mesma passagem, por outro os péssimos serviços prestados, por uma provável atitude irresponsável, que diminui a frota de veículos, provoca superlotação e demora no intervalo de uma van para outra.  Um descaso maior é com os reais donos dos veículos que a cooperativa tem abandonado, não tendo a mesma a propriedade destes, apenas a posse, visando garantir uma melhor prestação de serviços para a população. SÓ QUE NÃO…

Nossa redação entrou em contato com a cooperativa e aguarda uma posição da mesma quanto a denúncia. Logo, traremos mais informações a respeito. Por enquanto, fica aqui o nosso apelo as autoridades competentes de fiscalização e o alerta a população que deve exigir maior comodidade e respeito nos serviços de transporte público.

Redação Jornal dos Municípios.