Eleições 2024

Conflito na política: pastor e vereador Ronaldo Martins processa o PL e Carmelo Neto

Foto: Reprodução

O pastor e vereador Ronaldo Martins, filiado ao partido Republicanos, move uma ação judicial contra o Partido Liberal (PL) e o presidente estadual da legenda, o também vereador Carmelo Neto. O motivo da disputa envolve o uso indevido de imagens religiosas e críticas à administração municipal, o que gerou indignação por parte do parlamentar evangélico.

Uso indevido de imagem em culto religioso

Segundo Ronaldo Martins, o PL utilizou trechos de um culto evangélico — inclusive com sua imagem — para produzir um vídeo de cunho político, no qual acusa a prefeitura de Fortaleza de supostamente gastar milhões em shows enquanto faltariam medicamentos nas unidades de saúde.

O PL usou imagem de um culto para dizer que faltou remédio porque a prefeitura gastou milhões com shows. Usaram inclusive minha imagem. Não teve pagamento”, afirmou o vereador. Para ele, a atitude do partido configura desrespeito à fé, à liturgia religiosa e ao seu direito de imagem, além de promover desinformação com fins políticos.

Disputa ganha contornos religiosos e éticos

A ação judicial evidencia um embate não apenas político, mas também ético e religioso, em um contexto onde as igrejas evangélicas têm grande influência na formação da opinião pública. Ronaldo Martins, que é conhecido por seu trabalho tanto no legislativo quanto como líder religioso, argumenta que o vídeo representa uma instrumentalização da fé para fins partidários, sem seu consentimento ou qualquer vínculo direto com a narrativa construída pelo PL.

Silêncio do PL Ceará até o momento

Até o momento, o PL do Ceará e o vereador Carmelo Neto não se pronunciaram oficialmente sobre o processo. O silêncio do partido levanta questionamentos sobre sua postura diante da gravidade da acusação, especialmente por envolver não apenas uma figura política relevante, mas também temas sensíveis como religião e ética pública.

Consequências políticas e jurídicas

O caso pode ter repercussões significativas no cenário político cearense, especialmente entre o eleitorado evangélico. Ao judicializar a questão, Ronaldo Martins busca não apenas reparação pela utilização indevida de sua imagem, mas também marcar posição contra o uso de práticas consideradas antiéticas na disputa política.

Além da esfera judicial, o episódio pode ampliar o debate sobre os limites entre política, religião e comunicação, especialmente em tempos de pré-campanha eleitoral.

Zeudir Queiroz