Segundo sua defesa, o vereador pode retomar atividades do gabinete já nesta sexta-feira. Pedido de cassação dele é julgado no Conselho de Ética
Licenciado desde dezembro passado por “motivos psicológicos”, o vereador A Onde É (PTC) deve retornar nesta sexta-feira, 23, à Câmara Municipal. Mesmo com a Casa em recesso, o parlamentar poderá retomar as atividades normais de seu gabinete. A informação foi confirmada pelo advogado do parlamentar, Leandro Vasques.
“Ele deve voltar, a partir desta sexta, a exercer suas ocupações habituais. Não existe nenhum impedimento judicial”, disse. Na última segunda-feira, 19, a defesa pediu abertura de inquérito contra o advogado Auricélio Paiva, ex-assessor do vereador. Ela acusa Paiva de armar “golpe” contra A Onde É na compra de oito apartamentos de luxo no Meireles.
De acordo com Leandro Vasques, o advogado teria aconselhado o vereador tomar empréstimo de R$ 100 mil para pagar duas parcelas dos empreendimentos. Depois de dois repasses de R$ 80 mil, no entanto, teria sido constatado que nenhum dos valores foi repassado à construtora. “Era empréstimo pessoal. Isso desmonta o argumento do Ministério Público de que houve desvio de dinheiro público”.
Caso A Onde É
À época, Antônio Farias de Sousa – nome real do vereador – foi acusado pelo Ministério Público de criar esquema de desvio da Verba de Desempenho Parlamentar (VDP) de seu gabinete. Os desvios ocorreriam através do pagamento de funcionários fantasmas, cujos cartões e senhas ficavam na posse do parlamentar. O dinheiro teria financiado compra de automóveis e oito apartamentos de luxo.
A Onde É foi preso em flagrante em setembro do ano passado. De acordo com a Polícia, foi encontrado com o vereador dinheiro de um assessor. No carro do parlamentar, segundo a delegada Socorro Portela, do 2° DP, a Polícia encontrou a quantia de R$ 6 mil. O vereador ficou preso por um mês e foi solto após o Supremo Tribunal Federal conceder habeas corpus.
Atualmente, pedido de cassação do vereador apresentado pelo Ministério Público do Estado (MP-CE) é estudado pelo Conselho de Ética da Câmara. Ao tomar posse em janeiro deste ano, o novo presidente da Casa, Salmito Filho (Pros), prometeu discutir o caso “com muita transparência”.
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