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Servidores do IFCE participaram em Brasília da manifestação contra a PEC 55/241 e denunciam truculência da repressão policial

estudante-do-ifceServidores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará participaram participando em Brasília, nesta terça-feira, 29/11, da grande manifestação contra a PEC 55 (ex-PEC 241, que congela os investimentos sociais por nada menos que 20 anos) e contra o conjunto de ataques do Governo Temer à educação, aos serviços públicos e aos direitos sociais. Eles denunciam a crueldade e a truculência de que foram vítimas os manifestantes, agredidos e reprimidos violentamente por policiais, de forma arbitrária e ilegal.

Um ônibus com servidores partiu de Fortaleza no domingo, chegando a Brasília na segunda-feira. Durante a longa viagem, os passageiros promoveram debates sobre o atual contexto local e nacional, discutindo formas de luta e resistência contra a PEC 55, a medida provisória da reforma do Ensino Médio, a mudança na legislação do pré-sal, a anunciada reforma da Previdência, entre outros ataques do Governo Temer ao povo brasileiro.

Os servidores Glacio Araújo e Cristiane Oliveira, integrantes da Diretoria Colegiada do SINDSIFCE, e integrantes das três outras seções sindicais do SINASEFE que representam servidores do IFCE foram alguns dos participantes da caravana a Brasília, uma manifestação de porte nacional, com o objetivo de mobilizar os mais diferentes setores da sociedade para ocupar o gramado do Senado e demais espaços da capital federal e dizer “não” à PEC 55, que já começou a ser discutida na Câmara Alta, tendo sua votação prevista para ser finalizada nos dias 12 e 13 – datas em que os servidores do IFCE, atualmente em estado de greve, realizarão paralisações em todos os campi, conforme deliberação da Assembleia Geral promovida no último dia 25/11, no Campus Fortaleza.

Manifestação e repressão

Falando desde Brasília, Glacio Araújo destaca que foi fortíssima e muito violenta a repressão contra os manifestantes que fora ao gramado do Senado, protestar contra a PEC 55. Ao contrário do que a grande imprensa veiculou, procurando criminalizar os manifestantes, foram estes que foram atacados duramente por policiais, com muitas balas de borracha, bombas de efeito moral, cavalaria e uso deliberado e indiscriminado de violência tanto contra homens quanto contra mulheres.

Muitos manifestantes foram feridos pela polícia, causando preocupação em outros colegas da caravana e em familiares, dado o uso desproporcional de força na repressão, característica já esperada pelos trabalhadores, diante do perfil da equipe do “presidente” golpista Michel Temer.

“Sofremos muito, com muito gás, muito mesmo. Foi pesado. Cheiro muito forte, insuportável”, destacou um dos servidores, através de mensagem de aplicativo. “Mais duas bombas agora. Eles estão avançando em frente à Catedral”, relatou, citando a ação policial contra o grupo que se concentrava perto do famoso ponto turístico de Brasília e apontando que muitos manifestantes passaram mal, diante da enorme quantidade de bombas de gás de pimenta.

“A polícia cercou a gente. Tão jogando bombas de gás”, relatou, pelo mesmo meio, uma servidora, que denunciou a prisão de estudantes, impedidos de exercer o direito democrático de se manifestar. “A polícia avança em cima dos manifestantes”, descreveu.

Apesar de todas as agressões sofridas, os manifestantes avaliaram que o ato alcançou o propósito político maior, de alertar a sociedade para a gravidade das consequências que a PEC 55 trará durante nada menos que 20 anos, caso seja aprovada em definitivo. Trabalhadores e estudantes de todo o Brasil mostraram que não será sem muita luta, pelo povo brasileiro, que esse golpe contra o presente e o futuro de nosso País será concretizado.

Articulação e luta

Servidores de instituições educacionais e estudantes de todo o País estão participando da caravana, reforçando a luta em defesa da educação e contra o congelamento dos investimentos sociais por 20 anos, que representaria uma condenação a várias gerações de brasileiros. Contra essa e várias outras ameaças, o SINDSIFCE tem realizado reuniões e manifestações em conjunto com diversas entidades, como Adufc, Sinduece, SindUVA, SindsUnilab, Sintufce e Coletivo Graúna, de professores da UFC.

Por Dalwton Moura

Zeudir Queiroz