Eleições 2024

PT também lança candidato na Câmara

Na companhia do presidente da Câmara (à esquerda), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) oficializou sua candidatura à presidência da Casa FOTO: AGÊNCIA BRASIL
Na companhia do presidente da Câmara (à esquerda), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) oficializou sua candidatura à presidência da Casa
FOTO: AGÊNCIA BRASIL

Brasília. O PT vai lançar amanhã um nome do partido para disputar a Presidência da Câmara em 2015. Apesar de seu principal aliado, o PMDB, ter definido a indicação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) como candidato, os petistas estão dispostos a entrar na disputa mesmo que a decisão abale a relação com os peemedebistas.

Líder do PT, o deputado Vicentinho (SP) disse na última quinta-feira (4) que o partido vai buscar apoio de outras siglas ao nome do partido por considerar legítimo que a maior bancada da Câmara aponte o seu presidente. O PMDB é a segunda maior bancada da Câmara, atrás do PT.

“Nós do PT imaginávamos e queríamos que fosse natural a indicação. Não foi falado nada conosco, nos sentimos no direito”, afirmou. Vicentinho disse também que a indicação não é uma “afronta” ao PMDB porque, pela tradição da Câmara, a maior bancada indica o candidato à Presidência com a possibilidade do lançamento de nomes “independentes”.

O petista alfinetou as articulações do PMDB para eleger Cunha. “Afronta é quando você tira a oportunidade natural de um partido assumir, como é o caso do PT. Nem por isso a gente está reclamando. Se tiver que falar de afronta, essa seria. Mas nem disso a gente está reclamando”, disse o deputado.

Questionado sobre a indicação de Cunha, Vicentinho disse considerar que “tem nomes melhores” no PT para a vaga. “Um casamento só dá certo quando os dois querem também. Se um dos dois não quer manter o acordo, não é uma coisa ilegítima, frustra a expectativa. Mas cada um tem o direito de manter o acordo até quando quiser, não tem validade”.

Nomes

No PT, o nome mais cotado para ser lançado na corrida à presidência da Câmara é de Arlindo Chinaglia (PT-SP), atual vice-presidente, que já comandou a instituição durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).

Deputados do partido temem que a candidatura própria deflagre uma guerra com o PMDB na Casa, colocando em risco a aprovação de projetos prioritários para o governo. O PMDB é considerado o principal aliado do Planalto e, sem o apoio do partido, aliados de Dilma temem que seu segundo mandato encontre maiores dificuldades na relação com o Congresso.

Parte da bancada do PT, porém, está disposta a enfrentar o aliado por considerar que o PMDB descumpriu o acordo que previa um rodízio entre as duas siglas no comando da Câmara. O atual presidente, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), está à frente da instituição nos últimos dois anos.

Lançamento

No dia 2 de dezembro, o líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), oficializou sua candidatura à presidência. Acompanhado do atual presidente da Casa e de deputados de vários partidos, Cunha prometeu trabalhar pela independência da Câmara.

“A Câmara independente não quer dizer oposicionista, mas a Câmara independente quer dizer que não será submissa. Ela tem que ser o poder independente”, disse o deputado. Para ele, o ato deveria acabar com as especulações sobre a possibilidade de desistir da disputa por motivo de composições políticas.

Fonte: Diário do Nordeste

Zeudir Queiroz