MP propõe que Gabigol pague 100 salários-mínimos por aglomeração em cassino

Gabigol e outras 57 pessoas serão processadas por desrespeitar medida do poder público para evitar a propagação de doença contagiosa (Foto: Governo do Estado de São Paulo)
O Ministério Público de São Paulo propôs nesta quinta-feira (18), uma transação penal ao atacante do Flamengo Gabriel Barbosa, o Gabigol. O jogador foi flagrado em um cassino na Vila Olímpia, bairro nobre de São Paulo, no último domingo, 14, em plena fase crítica da pandemia. No caso específico do jogador, a Promotoria fixou a multa em 100 salários-mínimos (R$ 103.900,00), que deverão ser destinados ao Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (FUMCAD) pela infração penal. O jogador ainda pode responder por crime contra a saúde pública. O gerente do local e os funcionários responderão também por realizarem jogos de azar, que é uma contravenção penal. O requerimento foi feito pela promotora Regiane Pereira nesta quinta-feira. O jogador e outras 57 pessoas serão processadas pelo crime previsto no artigo 268 do código penal, de desrespeitar medida do poder público para evitar a propagação de doença contagiosa. Na manifestação enviada à Justiça, a promotora Regiane Vinche Zampar Guimarães Pereira também requisita a abertura de um inquérito para apurar crimes de lavagem de dinheiro no cassino onde Gabigol foi flagrado. “Requeiro oficie-se à Delegacia de Polícia requisitando a instauração de inquérito policial para apuração de delitos de lavagem de dinheiro e quadrilha, eis que a estrutura do local, consistente em diversas mesas de carteado e roletas, a quantidade de máquinas de cartão de crédito e a pouca quantidade de dinheiro (cerca de dois mil reais) apreendidos, dentro outros elementos, evidenciam organização estável e que o numerário auferido no jogo estava sendo contabilizado de forma dissimulada como proveniente do restaurante existente no local”, fixou a promotora. As primeiras diligências sugeridas pelo Ministério Público são a identificação do dono do imóvel e os responsáveis pelo cassino, assim como depoimento com os funcionários do estabelecimento. A Promotoria sugeriu ainda a quebra do sigilo bancário e a perícia contábil nas contas da empresa, assim como a elucidação da movimentação financeira pelos frequentadores do espaço. “Tais diligências poderão comprovar a autoria da contravenção do jogo de azar por parte dos frequentadores, posto que os elementos reunidos nos presentes autos ainda não são suficientes para a formação da ‘opinio delicti’ relacionada à referida contravenção penal”, apontou. “Desde modo, o presente procedimento deverá prosseguir somente com relação à infração de medida sanitária”. No momento, um inquérito já aberto investiga crimes de corrupção de menores e contra a saúde pública envolvendo o cassino, assim como infração penal de jogos de azar. Além de funcionar de maneira ilegal, o cassino desrespeitou o decreto estadual que proíbe festas e aglomerações durante a pandemia de covid-19. O Estado de São Paulo regrediu à fase vermelha da quarentena, a mais restritiva, desde o último dia 6 de março para tentar frear o avanço da doença. Gabigol foi flagrado em um cassino clandestino na madrugada do último domingo, na Vila Olímpia, na Zona Sul de São Paulo. O local foi alvo de uma operação de uma força-tarefa contra aglomerações durante a pandemia de Covid-19. Cerca de 200 pessoas estavam no local, incluindo o cantor de Funk MC Gui. A polícia chegou ao endereço após denúncia de entre outras pessoas, o deputado federal Aelxandre Frota (PSDB-SP), que estava no local no momento do flagrante e também filmou parte da operação. A operação contou com uma força-tarefa com agentes da Vigilância Sanitária, Procon-SP, Corpo de Bombeiros e apoio das Polícias Militar, Civil e da Guarda Civil Metropolitana. Durante o dia, o local funcionava como funilaria e estacionamento. (Com O Globo e O Estado de S.Paulo) Fonte: https://bnldata.com.br/
Zeudir Queiroz

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