Jogadora de vôlei Carol Solberg é denunciada ao STJD por “Fora, Bolsonaro”

A jogadora de vôlei Carol Solberg, bronze na etapa de Saquarema do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia 2020/2021, foi denunciada ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A ação foi motivada por manifestação política da atleta após o jogo que concedeu a ela e sua dupla, Talita, a medalha.

Depois da partida, em entrevista ao canal SporTV, que transmitia o campeonato, as jogadoras agradeciam aos telespectadores pelo apoio, pois a competição acontece sem a presença de público. Na vez de Carol, ela fala: “Só para não esquecer, fora Bolsonaro”.

A denúncia, assinada pelo subprocurador geral Wagner Vieira Dantas, pontua que Carol violou dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O artigo 191, inciso III, “deixar de cumprir, ou dificultar o cumprimento, de regulamento, geral ou especial, de competição”, e o 258, “assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras deste Código”.

Em documento anexo ao regulamento da competição, há o seguinte trecho: “O Jogador se compromete a não divulgar, através dos meios comunicações, sua opinião pessoal ou informação que reflita críticas ou possa, direta ou indiretamente, prejudicar ou denegrir a imagem da CBV e/ou os patrocinadores e parceiros comerciais das Competições”. Embora o Banco do Brasil e a Secretaria Especial do Esporte (antigo Ministério do Esporte) do Ministério da Cidadania figurem, respectivamente, como patrocinador e parceiro do evento, a manifestação da jogadora não foi direcionada a nenhum desses órgãos.

A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e a Comissão Nacional de Atletas de Vôlei de Praia, vinculada à CBV, emitiram notas contra manifestações políticas em eventos esportivos. O ex-jogador Emanuel Rego, que preside a Comissão e assinou a nota, ocupava cargo no governo até junho deste ano.

Em 2018, durante o Mundial de Vôlei Masculino, os jogadores da seleção brasileira fizeram pose para fotos com as mãos formando o número 17, do Partido Social Liberal, pelo qual o presidente da República, Jair Bolsonaro (atualmente sem partido), foi eleito. Na ocasião, a CBV disse ter proibido manifestações políticas na equipe. A confederação afirmou, na ocasião, que seriam permitidos apenas posicionamentos pessoais em redes sociais.

Fonte: O Povo
Zeudir Queiroz

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