Em meio às indefinições sobre a quadra chuvosa do próximo ano, a tendência de retorno do El Niño no segundo semestre de 2017 preocupa gestores hídricos do Ceará. O fenômeno de aquecimento das águas contribui para a definição da seca no Estado e poderia causar estiagem em 2018.
Conforme dados repassados pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) ontem, as variáveis do clima estão incertas. Até agora, as chuvas acima, abaixo ou na média têm a mesma probabilidade de ocorrer em 2017. As incertezas devem permanecer até a segunda quinzena de janeiro.
O presidente da Funceme, Eduardo Sávio Martins, projeta que as águas do Oceano Pacífico permaneçam neutras ou com La Niña amena durante os meses de mais chuva no Ceará, entre fevereiro e maio. Neste cenário, segundo ele, a temperatura do Atlântico passará a ter maior influência sobre o continente. “A gente espera que seja favorável (às chuvas), mas ainda não dá para dizer nada a respeito. Acontece de ter La Niña e ser ano de seca também, como em 2012”, citou Martins durante o Fórum Cearense dos Comitês de Bacias Hidrográficas, encerrado ontem em Fortaleza.
Diferentemente do resfriamento, o aumento da temperatura da água do Pacífico influencia na estiagem e gera preocupação para os próximos anos. De acordo com a Funceme, para 2017, a temperatura do Pacífico deve permanecer amena até o meio do ano. Segundo Martins, o aquecimento no segundo semestre é uma anormalidade que pode afetar 2018. “É uma preocupação. Não podemos colocar como previsão porque está muito distante, mas é uma preocupação diante das condições de armazenamento que temos hoje”, disse.
Alternativa
Para Alcides Duarte, presidente do Fórum Cearense dos Comitês de Bacias Hidrográficas, a alternativa a um colapso ainda no próximo ano é um bom inverno. “Se 2017 não for bom, 2018 também for seco, não tem mais o que fazer”, lamentou.
Os reservatórios monitorados do Ceará acumulam 7% da capacidade total. A obra de transposição de águas do rio São Francisco só deve ficar pronta em setembro de 2016, se não houver atrasos. “Diante das condições de armazenamento que temos, uma quadra chuvosa que não sabemos como vai ser e já na sequência ter um El Niño pode significar um impacto muito grande”, resumiu o presidente da Funceme.
Fonte: http://www.opovo.com.br/
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