Eduardo Cunha é alvo de mais seis investigações

O STF entendeu que há indícios de que o presidente da Câmara recebeu US$ 5 milhões de propina por contrato de navios-sondas da Petrobras ( Foto: Ag. Câmara )
O STF entendeu que há indícios de que o presidente da Câmara recebeu US$ 5 milhões de propina por contrato de navios-sondas da Petrobras ( Foto: Ag. Câmara )
Cambridge. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, é alvo de mais seis inquéritos por fatos distintos, além das duas denúncias que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito das investigações da Operação Lava-Jato. A situação de Cunha foi tratada pelo procurador na manhã de ontem, durante palestra para alunos brasileiros do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), da Universidade de Cambridge, nos Estados Unidos. De acordo com o procurador, dois dos seis inquéritos abertos para apurar fatos distintos em relação a Cunha estão em fase avançada e deverão “rapidamente” virar duas denúncias ao Supremo. Em dezembro do ano passado, Janot pediu ao STF o afastamento de Cunha. O relator é o ministro Teori Zavascki, que ainda não tem data para liberar o processo para julgamento. Para justificar o pedido, o procurador citou 11 fatos que comprovam que Cunha usa o cargo de presidente da Casa “para intimidar colegas, réus que assinaram acordos de delação premiada e advogados”. No mês passado, o Supremo abriu ação penal contra Eduardo Cunha. Seguindo o voto do relator, ministro Teori Zavascki, a Corte entendeu que há indícios de que Cunha recebeu US$ 5 milhões de propina por um contrato de navios-sondas da Petrobras. Na defesa, o advogado Antonio Fernando Barros disse que a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra o deputado “não reúne condições para ser admitida”. O procurador-geral da República participa de evento organizado por estudantes brasileiros para discutir o futuro do Brasil. ‘Mensalão’ x ‘Petrolão’ Janot destacou na mesma oportunidade que “o mensalão revelou a ponta do iceberg dessa organização criminosa que hoje estamos investigando”. “No mensalão, houve 40 denunciados e 25 réus condenados. Se vocês fizerem a comparação do que é hoje a Lava-Jato e o que foi o mensalão, o mensalão foi brincadeira”, disse Janot, arrancando risos da plateia. Ele ressaltou a importância daquela investigação para revelar o esquema, que ele considera ser um só. O procurador-geral voltou a citar números da Lava-Jato: 1.177 procedimentos investigatórios instaurados em primeira instância, 574 mandados de busca e apreensão, 93 condenações e 5 prisões. Influências Questionado se um eventual governo Temer influenciaria na independência das investigações da Operação Lava-Jato, Janot respondeu, rindo: “Cada dia com sua agonia”. Ele lembrou que a estrutura de autonomia e independência do Ministério Público é Constitucional e que qualquer mudança nesse papel teria de ser feito por meio de PECs. “Temos que fazer nosso trabalho sem nos deixar envolver pelo clamor da rua”, disse. Sobre a votação do impeachment, Janot brincou: “O nome de Deus foi invocado tantas vezes que é impossível que uma pessoa que foi citada tantas vezes não mereça ser investigada”. Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/
Zeudir Queiroz

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