Eleições 2024

Dilma fala em ‘golpe’; Aécio critica PT

Golpe tucanoPorto Alegre. Os dois candidatos ao Palácio do Planalto repercutiram ontem as acusações feitas pelo doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa sobre suposto esquema de corrupção na Petrobras.

Em discurso de improviso ontem, diante de militantes do PT em Canoas (RS), a presidente Dilma Rousseff (PT) acusou a oposição de usar as investigações da Petrobras para dar um golpe no país. O tema também foi abordado no programa eleitoral tucano no rádio e na TV ontem. Os programas de TV e de rádio de Aécio Neves exploraram as denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras e o PT.

Situação

Dilma, em campanha no RS, disse que a oposição não puniu casos de corrupção e que, na véspera eleitoral, quer "dar um golpe" FOTO: ICHIRO GUERRA/ CAMPANHA DO PT
Dilma, em campanha no RS, disse que a oposição não puniu casos de corrupção e que, na véspera eleitoral, quer “dar um golpe”
FOTO: ICHIRO GUERRA/ CAMPANHA DO PT

“Eles (oposição) jamais investigaram, jamais puniram, jamais procuraram mudar esse crime terrível que é o crime da corrupção. Agora, na véspera eleitoral, sempre querem dar um golpe. E estão dando um golpe. Esse golpe nós não podemos concordar”, afirmou a petista, diante de aplausos dos militantes presentes no evento.

Na fala de cerca de dez minutos, ela repetiu parte do que já havia dito no início da tarde em entrevista em Brasília, quando atacou o que chamou de uso eleitoral do processo de investigação da Petrobras.

Na entrevista em Brasília, ela criticou a divulgação de depoimentos sobre corrupção na estatal e afirmou que esses papéis não devem ser usados “de forma leviana em períodos eleitorais”.

A presidente e candidata à reeleição pelo PT classificou ontem como “muito estranho” e “estarrecedor” a divulgação dos áudios dos depoimentos de investigados da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF), durante o período eleitoral. Dilma disse que demitiu Paulo Roberto Costa do cargo e defendeu apuração rigorosa do caso.

Oposição

Já Aécio criticou a presidente Dilma por sua atitude em relação aos supostos casos de corrupção na Petrobras, apontados em depoimento pelo ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef. “Mostra uma diferença de posição entre a candidata oficial e eu em relação à Petrobras. A presidente deu uma declaração em que considera este vazamento estarrecedor. Considero estarrecedor este depoimento, estas confissões. Um crime cometido sucessivamente ao longo dos últimos 12 anos. Assaltaram a maior empresa brasileira nas barbas deste governo e não há sequer uma reação de indignação da presidente”, afirmou.

Ao final da entrevista, Aécio retomou o tema e acrescentou que, se eleito, promoverá a investigação profunda das acusações.

“A corrupção se institucionalizou no seio da maior empresa brasileira. Agora é o tesoureiro do PT, portanto, o que sustenta a estrutura partidária, é acusado de receber esses recursos desviados, da corrupção. É preciso que essas investigações avancem. Se eleito presidente, nós vamos a fundo. Vamos estimular todos os órgãos que já cumprem seu dever constitucional para que as investigações possam ir no limite do que seja e necessário e todos os culpados possam ser exemplarmente punidos”, disse.

Aécio comentou ainda o início da campanha de segundo turno, com a adversária centrando as críticas no ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e defendeu a gestão do tucano.

“Mesmo com cinco crises sucessivas, tivemos o mesmo crescimento médio da América Latina, o mesmo acontecendo no governo do presidente Lula, num cenário muito mais favorável. O governo Dilma crescerá em média dois pontos percentuais abaixo da América Latina”, atacou.

Justiça Federal

A Justiça Federal do Paraná divulgou nota rebatendo a acusação de que houve “vazamento” dos depoimentos dos delatores do esquema de corrupção apontado na Petrobras.

O texto lembra que os depoimentos são relativos a uma das dez ações penais do caso, deflagrado com a Operação Lava-Jato da Polícia Federal, na qual ambos foram presos.

“Referidas ações penais não tramitam em segredo de Justiça e, portanto, estão sujeitas ao princípio da publicidade”, afirma a nota.

Fonte: Diário do Nordeste

Zeudir Queiroz