Helsinque, Finlândia. A presidente Dilma Rousseff (PT) demonstrou ontem, durante visita à Finlândia, que está disposta a uma batalha retórica contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Depois de o deputado acusar o governo de estar envolvido “no maior escândalo de corrupção do mundo”, a presidente afirmou que sua gestão não está envolvida “em nenhum escândalo de corrupção” e garantiu que não permitirá que eventuais pedidos de impeachment inviabilizem seu governo.
No domingo, Dilma criticou Cunha, que enfrenta denúncias de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. “Lamento que seja um brasileiro”, disse em Estocolmo, na Suécia, na primeira etapa de sua viagem pelo Norte da Europa. Logo após a entrevista, ministros e assessores que acompanhavam a delegação não esconderam a surpresa com a força das declarações.
Como já era esperado, a declaração provocou a réplica na segunda-feira, quando o presidente da Câmara respondeu: “Eu lamento que seja com um governo brasileiro o maior escândalo de corrupção do mundo”.
Menos de 12 horas depois, quando questionada sobre a acusação feita por Cunha em Brasília, Dilma afirmou: “Não vou comentar as palavras do presidente da Câmara”.
Em seguida, porém, defendeu sua gestão: “O meu governo não está envolvido em nenhum escândalo de corrupção. Não é o meu governo que está sendo acusado”. De acordo com Dilma, o escândalo da Petrobras não seria de sua administração, mas daqueles que praticaram crimes na empresa. “As pessoas que estão envolvidas estão presas, e não é a empresa Petrobras que está envolvida no escândalo. São pessoas que praticaram corrupção, e elas estão presas”.
Horas depois, Cunha respondeu novamente à presidente e disse que “não sabia que a Petrobras não era do governo”, em uma alusão ao escândalo de corrupção na estatal investigado pela Operação Lava-Jato.
Na mesma entrevista, a presidente afirmou que seu governo está retomando a governabilidade. O líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), porém, declarou que os enfrentamentos com Cunha só trarão dificuldades para o governo.
Fonte: Diário do Nordeste
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