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Deputados cearenses aprovam moção de reconsideração a Eduardo Girão por apoiar declarações de Romeu Zema

Uma moção de consideração ao senador Eduardo Girão (Novo) foi assinada por 24 deputados estaduais na Assembleia Legislativa do Ceará. A proposta foi aprovada pelo Plenário da Casa e apresentada pelo líder do governo Elmano, deputado Romeu Aldigueri (PDT), após o senador cearense ter demonstrado apoio às declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, sobre divisões regionais no Brasil.

A Assembleia também aprovou uma moção de repúdio ao governador mineiro. O requerimento de Romeu Aldigueri solicitava que o plenário da Casa acolhesse a “a moção sugerida e que este Parlamento manifeste repúdio à postura do Senador Eduardo Girão, que endossa uma fala infeliz, veladamente preconceituosa e separatista do Governador Zema, que, no último dia 05 de agosto, proferiu, em entrevista, um discurso que fomenta a segregação e a divisão da essencial unidade federativa, sendo completamente insensível à história de abandono de políticas públicas e sociais em desfavor do povo nordestino, ainda hoje maltratado e vítima de xenofobia”.

Moção de reconsideração a Eduardo Girão

No Congresso, Girão disse ser uma falácia que Romeu Zema agiu contra a Região Nordeste. O senador ainda lamentou que parlamentares da própria terra natal reforcem a ideia. Votaram contra a moção os deputados Sargento Reginauro, Oscar Rodrigues, Pastor Alcides Fernandes, Dra. Silvana, Emília Pessoa e Carmelo Neto.

Reações à fala de Zema

Esta semana, o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), também criticou as recentes declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sobre a Região Nordeste, comparando-a com “vaquinhas que produzem pouco”. Segundo o gestor, a fala é de um “preconceito que eu imaginava superado”.

“Eu avalio como um profundo desconhecimento do que é o Nordeste e de um preconceito que eu imaginava superado, ainda mais vindo de um governador de um estado tão importante do Brasil, tão querido para nós nordestinos. Minas Gerais tem uma parte que participa do semiárido brasileiro e eu esperava do governador de Minas um pouco mais de visão nacional”, afirmou Elmano.

As declarações de Zema surgiram em uma entrevista ao jornal “Estado de S. Paulo” no último sábado (5). Zema argumentou que o bloco Cossud (Consórcio Sul-Sudeste), atualmente presidido por Ratinho Junior, governador do Paraná pelo PSD, deveria buscar um papel de destaque e agir conjuntamente para defender os interesses dessas regiões no Congresso Nacional, especialmente em resposta às preocupações econômicas dos Estados do Norte e Nordeste.

“Já decidimos que além do protagonismo econômico que temos, porque representamos 70% da economia brasileira, nós queremos – que é o que nunca tivemos – protagonismo político. Outras regiões do Brasil, com Estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília”, disse Romeu ao Estadão.

As palavras de Zema geraram controvérsias e foram amplamente criticadas, com muitos políticos acusando-o de promover divisões separatistas. Em resposta às críticas, Zema enfatizou que sua intenção não é diminuir outras regiões, mas sim unir esforços para fortalecer o país. Ele defendeu que o diálogo e a colaboração são essenciais para criar mais oportunidades para o Brasil e que a verdadeira força do país reside no trabalho conjunto e na união.

“A união do Sul e Sudeste jamais será pra diminuir outras regiões. Não é ser contra ninguém, e sim a favor de somar esforços. Diálogo e gestão são fundamentais pro país ter mais oportunidades. A distorção dos fatos provoca divisão, mas a força do Brasil tá no trabalho em união”, disse Zema nas redes sociais.

Fonte: https://gcmais.com.br/

Zeudir Queiroz