Brasil cai duas posições no ranking de percepção de corrupção

Levantamento realizado desde 1995 aponta enfraquecimento das instituições que fiscalizam os atos do poder público

ONG aponta que interferência na PF atrapalha ações de combate à corrupção no país
DIVULGAÇÃO / PF
O Brasil piorou no Índice de Percepção de Corrupção no Setor Público elaborado pela Transparência Internacional. De acordo com a entidade, em uma lista de 180 países, o Brasil aparece na 96ª colocação. No ano passado, estava na 94ª colocação em relação ao total de regiões envolvidas no levantamento. O levantamento é realizado desde 1995 e aponta que atos do poder Executivo, Legislativo e Judiciário contribuem para a falta de transparência, de combate a práticas ilícitas e de liberdade de informação no Brasil — que abrem margem para gestões autoritárias e menos transparentes. Em uma escala de 0 a 100, em que 0 significa “altamente corrupto” e 100 “muito íntegro”, o país tem 38 pontos, mesma nota do levantamento anterior. No entanto, outros países melhoraram sua nota, o que fez o país descer no ranking. O desempenho do Brasil está abaixo da média global, de 43 pontos, e da América Latina, de 41 pontos. De acordo com a organização, “as melhores notas foram atribuídas a Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia (os três com 88 pontos) e Noruega, Singapura e Suécia (os três com 85 pontos). No extremo oposto, os países com as piores avaliações pelo IPC foram Venezuela (14), Somália e Síria (ambos com 13) e Sudão do Sul (11)”. A Transparência Internacional aponta que o índice de corrupção no setor público aumenta na medida em que a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República sofrem interferência, assim como ameaças antidemocráticas. O diretor-executivo da entidade, Bruno Brandão, afirma que, na pandemia, os mecanismos de fiscalização deveriam ter sido fortalecidos. “O Brasil está passando por uma rápida deterioração do ambiente democrático e desmanche sem precedentes de sua capacidade de enfrentamento da corrupção. São marcos legais e institucionais que o país levou décadas para construir. Isso traz consequências ainda mais graves por ocorrer em meio à pandemia da Covid-19, quando a transparência e o controle dos recursos públicos deveriam ser priorizados para garantir seu bom uso frente à tragédia humanitária”, destaca. A reportagem do R7 procurou o Ministério da Justiça, a Controladoria-Geral da União e a Presidência da República para comentarem o tema e aguarda posicionamento. Fonte: https://noticias.r7.com/
Zeudir Queiroz

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