Eleições 2024

Bolsonaro transforma o silêncio como marca da derrota nas urnas

Ao saber que não conseguiu o segundo mandato, Bolsonaro se isola no Alvorada, não recebe ministros e apoiadores e tampouco cumprimenta o vencedor da corrida eleitoral. Expectativa é de que se pronuncie hoje

(crédito: Bruna Prado/AFP)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se recolheu em silêncio, sem comentar o resultado da disputa com seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com assessores próximos, “foi dormir” e não recebeu nenhum dos ministros e auxiliares que procuraram por ele. Da mesma forma que um ocupante da Presidência, pela primeira vez, não obtém a reeleição, também é a primeira vez que um candidato derrotado não reconhece que perdeu a disputa. A expectativa é de que ele se pronuncie hoje sobre o pleito.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, anunciou, ao confirmar o resultado do pleito, que ligou tanto para Lula quanto para Bolsonaro comunicando os percentuais de cada um. Mas não disse como cada candidato recebeu a notícia.

“Liguei pessoalmente para conversar com ambos os candidatos, Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, dizendo que a Justiça Eleitoral já estava apta para proclamar o resultado. O presidente Bolsonaro me atendeu com extrema educação, assim como o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva”, salientou.

Apoiadores que estavam na Esplanada se dirigiram ao Palácio da Alvorada com vuvuzelas e fogos de artifício chamando pelo chefe do Executivo ao som de “Bolsonaro, cadê você, eu vim aqui só para te ver” e “A nossa bandeira jamais será vermelha” — também gritavam “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”. No entanto, os apelos dos apoiadores do presidente não foram atendidos e as luzes da residência oficial foram apagadas por volta das 22h.

Ao longo da tarde, o presidente recebeu visitas do ministro da Justiça, Anderson Torres, e do senador, o filho Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos coordenadores da campanha. Mesmo aliados do governo, que tentaram visitar o presidente, como o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, não foram recebidos. Depois de decretado o resultado, os filhos do presidente seguiram o exemplo do pai e não fizeram publicações nas redes sociais.

Desde a notícia da vitória de Lula, a imprensa seguiu à espera de um posicionamento de Bolsonaro e recorreu a assessores palacianos e a do próprio PL, que também se calou e ignorou questionamentos sobre uma eventual coletiva durante toda a noite.

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/

Zeudir Queiroz