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Atos a favor do governo mobilizam 75 municípios brasileiros

 Durante o percurso do protesto em Fortaleza, que foi da Praça da Bandeira ao Dragão do Mar, manifestantes gritavam que "não vai ter golpe, vai ter luta" e carregavam cartazes com mensagens pró-governo ( Foto: JL ROSA )

Durante o percurso do protesto em Fortaleza, que foi da Praça da Bandeira ao Dragão do Mar, manifestantes gritavam que “não vai ter golpe, vai ter luta” e carregavam cartazes com mensagens pró-governo ( Foto: JL ROSA )

Brasília/Fortaleza Grupos contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff realizaram ontem, em todo o País, manifestações em favor da democracia e contra o que classificam de “golpe” dos opositores. Além do repúdio ao impedimento da presidente, o vice-presidente Michel Temer foi um dos principais alvos dos protestos pró-governo. Até o fechamento desta edição, foram registrados atos em pelo menos 75 cidades, que reuniram 818 mil manifestantes, segundo a organização, e 147 mil, de acordo com a Polícia.

Em Fortaleza, milhares de cearenses foram às ruas para protestar. A mobilização, da qual participaram cerca de 50 mil pessoas, segundo estimativas dos organizadores, e 10 mil, conforme a Polícia Militar, foi marcada pelas presenças do governador Camilo Santana e do ex-governador Cid Gomes, que defenderam a permanência da chefe do Executivo no poder e criticaram a saída do PMDB do governo.

O protesto partiu da Praça da Bandeira, no Centro, em direção ao Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, onde um palco foi montado para receber os manifestantes. Durante o trajeto, o grito de “Não vai ter golpe, vai ter luta” foi entoado pela população. A frase ilustrou cartazes e faixas exibidos ao longo do percurso. O ato reuniu trabalhadores, estudantes e representantes de partidos, centrais sindicais e movimentos sociais.

Camilo afirmou que não há motivos para processo de impeachment da presidente e chamou de “inaceitável” o rompimento do PMDB com o governo, oficializado na terça-feira (29). “Está claro que o verdadeiro motivo do impeachment é um golpe a democracia desse País e isso não podemos permitir”.

“Vamos garantir os votos no Congresso Nacional para evitar que isso aconteça, mas o mais importante para garantir o mandato da presidente é a mobilização do povo nas ruas”, afirmou o governador do Estado.

Cid Gomes também defendeu a legalidade do governo da petista. “O mandato da presidente Dilma é popular, conquistado nas urnas. Não pode ser arrancado por meia dúzia de pessoas da elite brasileira”, frisou.

Francisco Wil Pereira, presidente da Central Única dos Trabalhadores do Ceará (CUT-CE) e membro da Frente Brasil Popular no Ceará, uma das organizadoras do ato, ressaltou a adesão da população aos protestos em prol da democracia. “Temos frentes de trabalhadores, intelectuais, artistas, partidos, mas o mais importante é que a sociedade civil está participando. Acreditamos que existe um golpe em curso e temos que barrar”, disse.

Para o psicólogo Jorge Arthur Queiroz, um dos manifestantes, a possibilidade de impeachment coloca em risco a democracia. “Estamos preocupados com a polarização da população. O que está em jogo é o projeto de País”.

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Região Norte

No município de Sobral, os manifestantes ocuparam os espaços do Boulevard de Nossa Senhora de Fátima, principal cartão postal da cidade. A concentração, marcada para iniciar às 16h30, só começou a ganhar corpo depois das 18h, quando homens, mulheres e estudantes foram se aproximando do palco montado no início da via. De lá, personagens do cancioneiro nordestino como Catirina e Mateus, do Bumba Meu Boi, cantavam e dançavam para alegrar o público e exortar aos que chegavam.

A manifestação, um misto de ato político e representação cultural, reuniu o povo, que gritava a plenos pulmões a frase “não vai ter golpe”. Segundo os organizadores, o Boulevard chegou a acomodar pouco mais de 800 pessoas. Já a Polícia não estimou o número de participantes.

Nas outras regiões do País, a maior ato ocorreu em Brasília, onde a Secretaria de Segurança Pública calculou os participantes em 40 mil -para a organização, foram mais de 200 mil. Em São Paulo, na Praça da Sé, havia 40 mil pessoas, segundo o Datafolha. Para a PM, foram 18 mil e para os organizadores, 50 mil. No Rio de Janeiro, o ato no Largo da Carioca, no Centro, reuniu 50 mil manifestantes, segundo a organização. A PM do Rio não fez estimativa do público.

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Veja mais imagens dos atos

Zeudir Queiroz