Conforme relatório da PF, foi encontrado no telefone celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, um documento detalhando as medidas a serem adotadas para uma tentativa de golpe. Bastava o ex-presidente dar a ordem
À medida que as investigações da Polícia Federal (PF) sobre a origem dos atos terroristas de 8 de janeiro — quando vândalos destruíram as sedes dos Três Poderes em Brasília, avançam — o esquema da tentativa de golpe vai sendo desvendado.
De acordo com informações da revista Veja, em matéria de capa da edição que circula nesta sexta-feira (16/6), um roteiro da trama do golpe foi encontrado no telefone celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, uma espécie de faz-tudo do ex-capitão.
A publicação teve acesso a um relatório de 66 páginas da PF, que inclui um documento intitulado “Forças Armadas como poder moderador”, com um plano que sustenta uma tese controversa, na qual os militares poderiam ser convocados para arbitrar um conflito entre os Três Poderes .
O roteiro, de três páginas, estipula que, “havendo deferimento, que constará em documento escrito que analisará os fatos descritos pelo Presidente da República e reconhecerá as inconstitucionalidades praticadas pelo Judiciário”, serão determinadas uma série de medidas, começando pela nomeação de um interventor, “que coordenará as medidas de restabelecimento da ordem constitucional”, fixação de prazo da intervenção até chegar à determinação de um novo prazo para novas eleições, por exemplo.
De acordo com a reportagem, no telefone de Cid, foi encontrado um segundo documento, que cogitava até a hipótese de decretação do estado de sítio.
O relatório inclui ainda conversas de Cid com o coronel Jean Lawand Junior, subchefe do Estado-Maior do Exército, considerado um dos mais eloquentes apoiadores da tentativa de golpe cogitada até dezembro de 2022, às vésperas da viagem do ex-presidente para os Estados Unidos. Em uma delas, sugeria que Bolsonaro deveria “dar a ordem” para que as Forças Armadas agissem.
A revista recordou que, em uma entrevista do ex-presidente concedida à publicação, Bolsonaro classificou o ex-auxiliar, preso há mais de um mês por conta do escândalo de fraudes em cartões de vacina, como “um filho”.
Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/
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