Alta do dólar vai deixar Páscoa dos brasileiros mais cara

BacalhauO dólar fechou a quarta-feira (4) valendo R$ 2,98, após bater os R$ 3,00 durante a manhã. Com a variação, a moeda norte-americana atingiu o maior valor desde agosto de 2004, o que deve impactar no bolso do brasileiro que planeja passar a Páscoa com fartura. De acordo com o presidente da ABBA (Associação Brasileira dos Importadores e Exportadores de Bebidas e Alimentos), Adilson Carvalhal Junior, caso a moeda norte-americana permaneça no patamar atual, isso já deve refletir no bolso dos consumidores ao final de março. Ele avalia, no entanto, que o preço dos produtos tradicionais da Páscoa deve ser ajustado mais rapidamente. — O bacalhau, que é um produto de quaresma, é um item que pode sentir mais a curto prazo essa nova tabela. Adilson afirma ainda que a alta da moeda norte-americana deve influenciar no valor dos azeites, vinhos e alimentos que, mesmo sem ter origem no exterior, utilizam matérias-primas estrangeiras em sua composição, tais como os pães e óleos de soja. — Todas as commodities [matérias-primas], como o trigo, a soja e o milho, são medidas em bolsas internacionais e são dolarizadas. Então, com certeza, se o mercado continuar assim, em mais 15 dias já vai se notar uma mudança importante nos pontos de venda. O economista-chefe da TOV Corretora, Pedro Paulo Silveira, explica que o preço desses tipos de produtos avança por serem tabelados mundialmente. — Se o dólar sobe, o preço das matérias-primas básicas sobe também. Se isso não ocorrer, o produtor sai daqui e vai vender lá fora. A disparada do dólar foi iniciada em setembro do ano passado, quando a divisa estava cotada abaixo de R$ 2,30. Para Silveira, essa desvalorização do real frente a outras moedas já tem influenciado aos poucos os gastos dos consumidores. — O câmbio já tinha sido desvalorizado em 23% até o mês de fevereiro. Nessas últimas altas [do dólar], a desvalorização foi de 30%, mas isso vai atuando sobre o nível de preços de maneira diluída. Uma alta de 10% afeta o índice de preços em cerca de 0,3 [ponto percentual]. Fonte: R7
Zeudir Queiroz

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