A ação movida contra supostos autores de críticas ao candidato tucano à Presidência da República, Aécio Neves, tem gerado uma verdadeira caça às bruxas contra blogueiros e ativistas digitais, com cenas que lembram os piores anos da ditadura militar no país. Casas reviradas, como no caso da jornalista Rebeca Mafra, gente perseguida e até um departamento inteiro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) invadido por policiais armados.
A professora Monica Grin Monteiro de Barros, do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da UFRJ é uma dos cinco acusados pelo senadorAécio Neves de difamá-lo na internet. Por esta razão, a pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro, o juiz de 1ª Instância Alberto Fraga, no último dia 9, mandou que se realizasse a busca e apreensão a repartição federal, na UFRJ.
Segundo relato da professora Maria Paula Araújo, colega de Monica de Barros, no comentário feito em uma rede social, considerou a situação “absurda” e um indício de que o senador “não tolera a liberdade de expressão”. Segundo Paula Araújo, “oficiais de justiça entraram no IFCS para notificar a coordenadora do programa de Pós-graduação em História Social (PPGHIS) por crime de difamação contra o Sr. Aécio Neves”.
“Explico o absurdo da situação: a rede de internet do prédio do IFCS é um tanto precária, então, a coordenadora do PPGHIS contratou a (operadora) GVT como rede de internet, para garantir que, no segundo andar do prédio, professores e alunos tenham sempre internet. Quando a rede da UFRJ falha, pode-se recorrer à GVT. Mas, evidentemente, a coordenadora NÃO controla tudo o que os professores, alunos e funcioários postam na rede! Alguns alunos falaram mal do Aécio (Neves), que entrou na Justiça contra todo mundo que postou opiniões contra ele. E, no caso do IFCS, a coordenadora que fez o contrato com a GVT está sendo acusada de difamação! Quero me solidarizar com a coordenadora do PPGHIS e repudiar a atitude autoritária do senador Aécio Neves, candidato à Presidência da República, que não tolera a liberdade de expressão”, afirma a professora.
Da mesma maneira que a jornalista Rebeca Mafra nega qualquer envolvimento com o mídia-ativismo ou que tenha feito críticas ao presidenciável tucano, a coordenadora do IFCS também se isenta no caso. Segundo a assessoria do PSDB, Neves não pediu que fosse realizada a busca e apreensão, alegando ignorância dos trâmites legais demandados pela promotoria, que se baseia nos termos dos artigos 240 e 245 do Código de Processo Penal, entre outros, para devassar a vida dos suspeitos.
Fonte: Correio do Brasil
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Inverdades, de um jornalzinho que só copia dos outros…