Aberto XXXVIII Congresso Nacional dos Jornalistas em Fortaleza

Aberto o XXXVIII Congresso Nacional dos Jornalistas. Uma solenidade no Teatro São José abriu o evento, na noite passada (22) com nove discursos que frisaram a defesa do exercício profissional do Jornalista. Falaram pela ordem Moacir Maia (secretário municipal de Comunicação), Gilvan Paiva (secretário municipal de Cultura), Inácio Arruda (secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Educação Superior), Chagas Vieira (secretário estadual de Comunicação), Antônio Oliveira (procuradora do Trabalho), Osvaldo Manescky (presidente do Conselho Fiscal da Associação Brasileira de Imprensa), Rafael Mesquita (presidente do Sindjorce), Luizianne Lins (deputada federal) e Maria José Braga (presidente da Fenaj). Para debater o papel dos jornalistas, sua função social, a viabilidade econômica da profissão e os novos desafios aos profissionais, cerca de 350 profissionais de comunicação estão reunidos, em Fortaleza até sábado (24), no Congresso Nacional dos Jornalistas, promovido pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) em parceria com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce). Durante o evento será efetivada a posse da presidente da Fenaj. Maria José Braga, para um novo mandato de três anos (2019/2022). Também o presidente do Sindjorce, Rafael Mesquita. Devido as dificuldades financeiras em que encontrou a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), o presidente Paulo Jeronimo de Sousa, o Pagê, não pode comparecer o encontro. Ele se fez representar pelo presidente do Conselho Fiscal da Casa do Jornalista, Oswaldo Manescky, que já estava programado para participar do evento. Na abertura do Congresso, na noite de quinta-feira (22), Manescky leu carta assinada por Pagê na qual ele abre as portas da ABI para trabalhar em conjunto com a FENAJ e os sindicatos – no encontro 19 deles estava com delegações e/ou representantes -, em prol da categoria:
 
Uma das preocupações da comissão organizadora do 38º Congresso Nacional dos Jornalistas é a discussão da categoria e da sociedade sobre o exercício do jornalismo e o papel dos jornalistas – o tema central do evento.
João Ferreira-presidente da ACEJI, Tony Pereira-presidente do SindRádio e Luciano Moreira-secretário da ACEJI.
“Estamos vivendo uma conjuntura desfavorável, em que redações tradicionais desempregam cada vez mais, por conta da crise do modelo de negócios baseado em publicidade, sobretudo nos impressos; a convergência tecnológica sobrecarrega os que ainda se mantêm empregados nas mídias tradicionais; a falta de credibilidade dos veículos e jornalistas (em função de linhas editoriais e coberturas enviesadas) e a proliferação da desinformação como arma política”, avalia a diretora de Comunicação do Sindjorce e membro da Diretoria Executiva da Fenaj, Samira de Castro. A proliferação de conteúdos mentirosos e enganosos – as chamadas fake news -, distribuídos massivamente por meio de aplicativos de mensagens e redes sociais, à vista grossa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que tiveram papel preponderante no resultado das eleições de 2018 no Brasil, será debatido nesta sexta-feira (23) no painel intitulado “Internet e (des)informação: desafios para o presente”. Deste debate participarão o professor da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, da PUC-RS. jornalista, chargista e diretor da Federação Nacional dos Jornalistas, Celso Schröder; a diretora executiva e cofundadora da plataforma de verificação Aos Fatos, Tai Nalon; e a coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação e secretária geral do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, Renata Mielli. RÁDIO – Nada menos do que 51% dos 5.570 municípios brasileiros são considerados desertos de notícias – cidades onde vivem 30 milhões de pessoas sem acesso a informações produzidas regionalmente por veículos de comunicação locais. Os dados são do projeto “Atlas da Notícia”, que faz o mapeamento do jornalismo local no país. Segundo o levantamento, municípios com escassez de imprensa local são mais presentes nas regiões Norte (70% dos municípios) e Nordeste (64%) do Brasil. “Em 30% das cidades, onde habitam 34 milhões de pessoas, há só um ou dois veículos de comunicação. Esses municípios são considerados ‘quase desertos’ e correm o risco de se tornarem desertos de notícias”, explica Mariama Correia, repórter e pesquisadora do Nordeste do projeto Atlas da Noticia. O painel “Jornalismo de proximidade e os desafios da profissão fora dos grandes centros” acontecerá nesta sexta (23), a partir de 11 horas, no Hotel Sonata de Iracema. Além da pesquisadora do Nordeste do “Atlas da Notícia”, contará com a contribuição de Fernando Firmino da Silva, professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo na Universidade Federal da Paraíba (UFPB); e de Valci Zuculoto, professora de graduação e do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina e diretora da Fenaj. Desertos de notícias e IDH – De acordo com Mariama Correia, o levantamento do Atlas da Notícia apontou uma correlação dos desertos de notícias com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Percebeu-se que, nas cidades com IDH maior, o jornalismo local se faz mais presente. “É muito importante a presença do jornalismo local. A gente fala hoje em dia: ‘ah… tem internet… todo mundo recebe notícia. Uma coisa é a pessoa receber notícia sobre um decreto que o presidente baixou e outra coisa é ela receber notícia sobre a sua região, seu, Estado, sua prefeitura”, comenta. Para a pesquisadora, “é importante identificar os desertos de notícias para saber onde o jornalismo local não está chegando e, a partir disso, poder orientar políticas e projetos para desenvolver o jornalismo nessas regiões”. A professora Valci Zuculoto completa: “estamos observando uma necessidade cada vez maior de praticar o jornalismo local, para que a sociedade realmente seja informada, o que é o seu direito. Mas o jornalismo local também é importante para o nosso mercado de trabalho. No rádio, as transformações do meio, sobretudo em função da migração do AM para o FM, estão potencializando e exigindo mais a prática do radiojornalismo de proximidade”. PROGRAMAÇÃO QUINTA-FEIRA (22) – Oficinas Podcast para Jornalistas – André Jonathas (Associação Brasileira de Podcasters – ABPOD) Introdução ao Jornalismo de Dados – Thays Lavor (freelancer para veículos nacionais e internacionais) Comunicação Sindical em novas mídias – Rafael Mesquita (Sindjorce/FENAJ) Aprovação do Regimento Interno Solenidade de abertura com show do grupo Raízes. SEXTA-FEIRA (23) 8h30 – Painel 1 – Comunicação pública na era da hiperinformação Moacir Maia – Coordenador de Comunicação Social da Prefeitura de Fortaleza Chagas Vieira – Assessor Especial de Comunicação do Governo do Estado do Ceará Wilson da Costa Bueno – Professor sênior da USP e Diretor da Comtexto Comunicação e Pesquisa 10h30 – Intervalo 11 horas – Painel 2 – Internet e (des)informação: desafios para o presente Tai Nalon – Cofundadora e diretora executiva da Aos Fatos, plataforma de fact-cheking Celso Schröder – Professor da Famecos e diretor da Fenaj Renata Mielli – Coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) 12h30 – Almoço (livre) 14h – Painel 3 – Jornalismo de proximidade e os desafios da profissão fora dos grandes centros Mariama Correia – Pesquisadora no Nordeste do projeto de jornalismo de dados “Atlas da Notícia” Fernando Firmino da Silva – Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo na UFPB e do Curso de Jornalismo na Universidade Estadual da Paraíba Valci Zuculoto – Professora do curso de graduação e do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina e diretora da Fenaj 15h30 – Intervalo 16 horas – Plenária
SÁBADO (24) Hotel Sonata de Iracema 9 horas – Painel 4 – Contrarreformas trabalhista e previdenciária: luta e resistência do movimento sindical dos jornalistas Maria José Braga – Presidenta da FENAJ e membro do Comitê Executivo da FIJ Carlos Chagas – Advogado trabalhista, assessor jurídico do Sindjorce 10h30 – Intervalo 11 horas – Painel 5 – O Jornalismo e a retomada da democracia no Brasil Luis Felipe Miguel – Professor titular livre do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília e coordenador do Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades (Demodê) Rogério Christofoletti – Professor do Departamento de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina e um dos líderes do Observatório da Ética Jornalística (objETHOS) 13 horas – Almoço (livre) 14h30 – Plenária 18 horas – Encerramento APOIO – Esta edição do maior fórum de discussões e deliberações da categoria tem o apoio do Governo do Estado do Ceará, da Prefeitura de Fortaleza, da Assembleia Legislativa do Estado, da Câmara Municipal de Fortaleza, do Banco do Nordeste (BNB), dos mandatos dos deputados estaduais Augusta Brito (PCdoB) e Moisés Braz (PT); dos vereadores Evaldo Lima (PCdoB), Larissa Gaspar (PT) e Ronivaldo Maia (PT), do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais do Estado do Ceará (Sintufce), do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Ceará (Sindiagua) e do Sindicato dos Eletricitários do Estado do Ceará (Sindeletro). O apoio institucional é da Associação Brasileira da Podcasters (Abpod).
PRESENÇAS: Estiveram na festa de abertura: Lauriberto Braga, João Ferrreira, Tony Pereira, Salomão de Castro, Emília Augusta, Lúcia Estrela, Ronivaldo Maia, Deodato Ramalho, Poliana Uchôa, Washington Feitosa, Anderson Pires, Karlo Kardoso e Luizianne Lins.
Fonte: https://lauriberto.blogspot.com/
Zeudir Queiroz

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