Tendência das chuvas no Ceará é continuar abaixo da média em 2015

chuvas-crateusIguatu. Nos últimos seis anos, incluindo este, no Ceará, a quadra chuvosa, que se estende de fevereiro a maio, tem apresentado desvio negativo na maioria deles. Neste ano, o primeiro mês, fevereiro, registrou déficit de chuva (-22,7%) e nos dois anteriores, em 2014 (-27,7%) e 2013 (-51,6%). Já em 2012 e em 2011, a pluviometria ficou acima da média para o período, com índices de 8,7% e 33,5%, respectivamente. E, em fevereiro de 2010, também caiu, registrando um déficit de 80,8%, segundo dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Desde 2010 que o segundo mês da quadra chuvosa, março, vem registrando índices pluviométricos negativos. É um dado curioso. São seis anos seguidos de déficit. Neste ano, na primeira quinzena, foram registrados em média 89 mm, um déficit, portanto, de 56,9%. É provável até o fim do período sejam registradas chuvas abaixo da média histórica do mês, de 206 mm. Em 2014, março amargou outro índice negativo. As chuvas ficaram 23,3% abaixo do esperado, porquanto foram registrados 158 mm. Em 2013,também teve queda (-62%) e, em 2012, idem (-54,8%). Em 2011, o quadro permaneceu desfavorável (-24,2%) e, em 2010, também (-64,3%). Os indicadores são preocupantes, já que março deveria ser um período de boas chuvas, a serem intensificadas em abril. A Funceme divulgou prognósticos negativos em dezembro para o trimestre seguinte e, de fato, o índice pluviométrico foi de 132,6 mm, enquanto a média histórica do período é 255 mm. Em janeiro passado, a Funceme divulgou previsão para o trimestre janeiro, fevereiro e março com tendência de 64% das chuvas ficarem abaixo da média. Em fevereiro, saiu nova previsão, com índice de 50% de chance das chuvas ficarem abaixo da média para os meses de março, abril e maio. Até agora, os dados pluviométricos vêm confirmando os prognósticos. Em março, foram realizadas novas análises das condições oceânicas e atmosféricas e, assim como nas previsões anteriores, a constatação é preocupante: a maior probabilidade é de que as chuvas fiquem abaixo da média histórica entre abril e junho, o que sugere precipitações irregulares, tanto no tempo, com ocorrência de veranicos, quanto no espaço. Ainda persiste um sinal de El Niño (aquecimento anômalo das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial), o que dificulta a formação de nuvens de chuva no Norte do Nordeste do Brasil. Além disso, a configuração entre as temperaturas do norte e do sul do Atlântico Equatorial não está favorável para a atuação constante da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), principal sistema que provoca precipitações nessa época no Ceará. Honório Barbosa Repórter Fonte: Diário do Nordeste
Zeudir Queiroz

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