Licitações da Premium II ficam para o 2º semestre

O próprio governador bateu o martelo durante a realização do leilão reverso para a compra de materiais e as obras de adutoras em várias cidades, que aconteceu na Assembleia Legislativa, na tarde de ontem
FOTO: KIKO SILVA
Os pacotes de licitações necessários para o início das obras físicas da refinaria Premium II, no Pecém, devem acontecer apenas no segundo semestre. Em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste na tarde de ontem, o governador Cid Gomes informou que o corpo técnico da petrolífera apresentará o projeto concluído do empreendimento em junho próximo e, caso ele seja aprovado pela diretoria da Petrobras, as licenças devem ter a entrada iniciada em julho. As informações foram repassadas a Cid pelo titular da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), Adail Fontenele, que se reuniu com representantes da Petrobras na última quarta-feira (28). A Seinfra, inclusive, foi a responsável por informar que a Petrobras planejava licitar 11 pacotes até abril, o que não aconteceu. A licença de instalação, cuja emissão tinha sido remarcada para abril, até o momento também não passou pela Superintendência Estadual de Meio Ambiente do Ceará (Semace). ‘Não é carinho no Ceará’ No entanto, a nova data não é encarada como negativa pelo governador. Perguntado, inclusive, se a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga negócios da Petrobras poderia interferir de alguma forma nos planos da estatal para o Ceará, Cid refutou. “Isso (a CPI criada para investigar a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos) é claramente uma exploração política e aconteceu há oito anos atrás”, afirmou, ressaltando que “essa coisa é muito volátil, preço do petróleo a gente já viu como oscila e a realidade de mercado também varia muito”. “A Petrobras precisa desse projeto e não é generosidade ou fazer carinho no Ceará. É necessidade estratégica para o País – não é para a Petrobras também, é para o País”, enfatizou. Aditivo no Porto do Pecém O chefe do executivo estadual ainda destacou os esforços feitos pelo Estado para garantir um menor investimento pela Petrobras na instalação da refinaria no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). Entre a criação da Parceria Público Privada para o esgotamento sanitário da área e para o Terminal Intermodal de Cargas, ele contou de um novo aditivo para a duplicação da ponte do Porto do Pecém, o qual deve resultar em investimento da ordem de R$ 30 milhões. A necessidade de um novo aporte se deu por conta de placas e uma outra peça cujos pesos excedem o suportado pela ponte no projeto inicial. Dilma no Mucuripe Sobre uma visita da presidente Dilma Rousseff ao Ceará antes das eleições deste ano, Cid contou que espera ela antes do início das campanhas. “Ela (Dilma)já me falou que quer vir aqui para entregar o novo terminal de passageiros do Mucuripe, que está uma lindeza”, contou. Adutoras vão custar R$ 149,2 mi Onze municípios cearenses foram beneficiados ontem com a realização da chamado leilão reverso de adutoras e compra de tubos e conexões, que aconteceu na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará. Ao todo, foram 12 lotes arrematados por R$ 149,2 milhões, o que representou um deságio de R$ 34 milhões – ou 23% – sobre o valor de referência de R$ 184,1 milhões. As cidades contempladas pelo pregão foram Crateús, Caridade, Nova Russas, Canindé, Tauá, Irauçuba, Caririaçu, Alcântaras, Potiretama, Quiterianópolis e Maranguape – “este último incluindo seus distritos”. A partir destas localidades, a estimativa do governo estadual é de atender a demanda de 273 mil cearenses. O início das obras deverão ser iniciadas, segundo o superintendente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), Renis Frota, devem acontecer dentro de 15 dias, logo após a formulação dos contratos. O modelo usado para o pregão ainda foi destacado por Renis, que reduziu a quantidade como adequado dada a emergência do abastecimento de água no Estado devido à seca. ‘Legislação tem que mudar’ “Fizemos tudo em 21 dias e um processo normal desse é de no mínimo de seis meses e, às vezes, sai com um resultado ruim”, destacou o governador Cid Gomes, classificando o leilão como “um bom case de economia, agilidade e contratação dos serviços públicos”. Cid ainda criticou a forma como os leilões são feitos por conta da burocracia: “Essa legislação brasileira tem de ser mudada, tem que dá flexibilidade para você fazer as coisas”. (AOL) Armando de Oliveira Lima Repórter Fonte: Diário do Nordeste
Zeudir Queiroz

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