Em jogo emocionante, Brasil vira e é ouro no vôlei feminino

Em uma grande partida de Garay, Jaque e cia, o Brasil fez 3×1 nos EUA e garantiu o ouro no vôlei feminino. Este é o segundo ouro olímpico das meninas, que já venceram as americanas em 2008, nas olimpíadas de Pequim. E é o terceiro ouro do técnico Zé Roberto – o primeiro brasileiro tri-olímpico da história. > Zé Roberto vira recordista brasileiro de ouro olímpico A partida começou com o Brasil marcando o primeiro ponto. Jaque sacou e, no contra-ataque, Scheilla abriu o marcador. Entretanto, os EUA trataram logo de virar, aproveitando-se de erros de saque e de bloqueio do Brasil. Rapidamente, a diferença cresceu para 5×1, contando ainda com erros de ataque de Fernanda Garay. Insatisfeito com o início arrasador das adversárias, Zé Roberto pediu tempo e orientou que as jogadoras deviam aproveitar-se do corredor, pedindo calma. Não deu certo. 6×1, para desespero dos brasileiros. Com os erros de posicionamento do Brasil, as americanas aproveitaram-se do meio de quadra brasileiro, chegando a abrir 11×4, com um Ace de Hooker. O Brasil não conseguia encaixar o contra-ataque, e errava bastante no corredor, dando pontos preciosos para as adversárias. O Brasil era irreconhecível em quadra, e preocupava quem torcia pelas meninas brasileiras. O ataque não funcionava e o bloqueio não fechava a rede brasileira. Zé Roberto percebia as dificuldades, e cobrava calma. Mas não parecia ser uma tarde boa para o Brasil em Londres. As americanas chegaram a abrir 12 pontos de diferença, com 19 a 7, chegando a 14 pontos de diferença, com 22 a 8 para as americanas. Parecia que o Brasil não havia entrado em quadra. Os fundamentos pareciam ter sido esquecidos, e as americanas se aproveitaram da situação, fechando o set em 25×11, com Larson, no contra-ataque. Massacre americano, e preocupação brasileira. Segundo set Na segunda etapa da partida, o Brasil novamente começou marcando, com Jaque, que ampliou, ainda, com Fê Garay. Mais ligadas, as brasileiras passaram a sacar bem e a segurar os ataques de Hooker. Entretanto, logo os EUA encostaram no placar e empataram. As brasileiras não se intimidaram, e deram continuidade ao bom segundo set, abrindo mais quatro pontos de vantagem. As americanas, entretanto, permaneciam ligadas na partida, aguardando os erros brasileiros. Contudo, o Brasil era mais time, e a torcida gritava “O campeão voltou”, para o time amarelo. Com o incentivo, as meninas chegaram a abrir cinco pontos, com 11×5, antes do tempo técnico. Na volta do tempo, as americanas marcaram logo dois pontos, mostrando que estavam vivas na partida. Com isso, encostaram rapidamente, e empataram com Logan Tom. Daí em diante, o Brasil voltou a tomar posse do set, abrindo mais quatro pontos de vantagem, chegando a 16×12, antes do segundo tempo técnico. No retorno do tempo técnico, a diferença brasileira aumentou para seis pontos, com 18×12 para o Brasil. Jaque estava muito bem no ataque, e Fernanda Garay defendendo com propriedade. No ponto a ponto, a diferença aumentou para oito pontos, em 23×15 para as meninas brasileiras. O set foi fechado, então, com 25×17 para o Brasil. Enfim, o Brasil mostrava a que viera na final. Terceiro set No terceiro set, novamente o Brasil iniciou marcando. E seguiu bem, chegando a abrir 6×2, quando o técnico americano se viu obrigado a pedir tempo para orientar suas jogadoras. Na volta, erro de saque do Brasil deu ponto gratuito para as adversárias. Daí em diante, mais uma sucessão de erros brasileiros permitiu que os EUA encostassem no placar, diminuindo a vantagem para um ponto, com 6×5 para o Brasil. A partida continuou com ótimo domínio brasileiro, chegando a abrir cinco pontos, com 15×10 para o Brasil. Garay e Jaque chamaram a responsabilidade, e marcaram pontos importantes de bloqueio e ataque. O Brasil acertava o saque, e contava com os erros das americanas, que atacavam constantemente para fora, graças ao posicionamento do Brasil, que se acertou. Seguindo firmes, e contando com a inspiração de Garay e Jaque, além dos pontos de Scheilla, que enfim entrara pra valer no jogo, o Brasil fechou o terceiro set por 25×20, com muita emoção e vibração das atletas. Emoção e nervos à flor da pele: só faltava um set para soltar o grito de ‘campeão’. Quarto set O quarto set era o decisivo para o Brasil. A vitória era necessária, para consumar o bi-olímpico e garantir ao técnico Zé Roberto sua terceira medalha dourada nas Olimpíadas – ele foi campeão com as meninas nas últimas Olimpíadas, em 2008, em Pequim, quando venceu exatamente as americanas na final, além de ter conquistado outro ouro em Barcelona, em 1992, com a equipe masculina. E novamente, o Brasil iniciou o set marcando o primeiro ponto. Mas as americanas não venderiam fácil a derrota. Logo empataram. Mas o Brasil estava firme rumo ao ouro. No ponto a ponto, a partida chegou a ficar 6×5 para o Brasil. Mas as meninas estavam com ‘sangue no olho’, e a cada batida na bola, revelavam seu desejo pelo ouro. Assim, não deram chances para as americanas e abriram três pontos, com 11×8, graças aos fatais ataques de fundo de quadra de Scheilla. Desta forma – com calma e paciência, o Brasil chegou a abrir cinco pontos, com 14×9, obrigando o treinador das americanas a pedir tempo para tentar evitar o destino prateado de suas atletas. Mas nada iria desviar o foco nem o destino das brasileiras. Com muita inspiração, as brasileiras seguiram mandando no jogo, ditando o ritmo, e aproveitando-se do desespero das adversárias. A diferença chegou a sete pontos, com 19×12 para o Brasil. O set mais importante da vida das meninas brasileiras estava próximo de um final feliz. E então, Fê Garay fechou o set, fazendo 25×17 e sacramentando o ouro para o Brasil. Festa brasileira em Londres, e desabafo de felicidade das agora bi-campeãs olímpicas. Do Diário do Nordeste
Zeudir Queiroz

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