A seca e má distribuição das chuvas têm deixado cada vez mais municípios ceareanses em situação emergencial. Diante disso, o Ministério da Integração Nacional vai liberar R$ 10 milhões para ações de socorro e assistência às vítimas da estiagem e reestabelecimento de serviços essenciais no Estado. A informação foi divulgada pelo órgão do Governo Federal, em nota à imprensa.
Além do Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe e Minas Gerais receberão um socorro total de R$ 60 milhões (R$ 10 milhões cada) para combater os efeitos da escassez de chuvas, segundo as portarias publicadas no Diário Oficial na União nesta quinta-feira (24). O repasse será pago em parcela única e as obras devem ter início num prazo de 365 dias a partir da data do recebimento.
De acordo com o coordenador geral da Defesa Civil do Ceará, Helcio Queiroz, conforme solicitação, parte do recurso será usada no combate a situações emergenciais e parte deverá ser investida em infraestraestrura para minimizar os efeitos da estiagem. “O governo do Estado aposta em estruturas que vão proporcionar uma melhor convivência com o semi-árido”, explica.
Plano de ação
O Cid Gomes agendou, para a próxima segunda-feira (28), às 9h30, uma reunião com os prefeitos dos municípios cearenses para discutir um plano de ação para diminuir os efeitos da estiagem no Estado. A bancada também vai tratar de temas relativos à infraestrutura de estradas federais, interligação de bacias e a Transnordestina.
A decisão de reunir Cid Gomes e os prefeitos aconteceu na última quarta-feira (23), durante o café-da-manhá com o governador e representantes do Ceará, em Brasília. Na ocasião, o chefe do executivo destacou medidas já adotadas para atenuar as consequências da seca para a população.
Situação de emergência
No momento, 81 municípios ceareanses, de um total de 184, já foram declarados em situação de emergência, conforme a Defesa Civil. Ou seja, 44% do Estado estão sofrendo com a estiagem, em plena estação chuvosa.
As regiões mais afetadas são o Sertão Central e os Inhamuns, com quase 90% dos casos. Segundo Helcio, o quadro é preocupante e deve piorar. “A tendência do quadro é uma piora, porque o segundo semestre é um periodo de estiagem natural, sem quadra chuvosa”, afirma.
Segundo o governo do Estado, R$ 165 milhões já foram destinados a disponibilização de carros-pipa e um total de R$ 180 milhões foram gastos na construção de 53.785 cisternas e 1.500 sistemas simplificados de abastecimento de água.
Houve também redução dos valores de alimentação animal. A saca de milho, por exemplo, passou de R$ 40 para R$ 18,75 para os pequenos agricultores.
Chuvas abaixo da média
De acordo com o meteorologista da Fundação Cearense de Metereologia e Recursos Hídricos (Funceme), Paulo José dos Santos, a expectativa era que chovesse 689,2 milímetros (mm) durante a quadra chuvosa deste ano, que se iniciou em fevereiro e termina no final de maio.
No entanto, até esta quinta-feira (24), foram registrados apenas 346 mm, quase 50% abaixo da média. “O Atlântico Sul deveria estar aquecido, mas ficou com temperatura entre neutra e negativa, o que atrapalohou a distribuição regular das chuvas, que também dimuiram por conta dessa condição”, explica.
Do Diario do Nordeste
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