Corredor na Av. Bezerra de Menezes tem prazo adiado e deverá ser entregue somente entre setembro e outubro
Com previsão inicial de conclusão para o próximo mês, o corredor expresso de ônibus Antônio Bezerra / Centro, na Av. Bezerra de Menezes, só deverá ficar concluído entre setembro e outubro, quando as obras de construção das estações para embarque e desembarque deverão terminar. Quem passa pelo local e não vê operários reclama que os trabalhos parecem estar parados e que a interdição atrapalha o deslocamento na região.
Ao todo, serão dez estações ao longo da avenida. Segundo a Secretaria de Infraestrutura (Seinf), a implantação dos novos pontos de ônibus foi iniciada no último dia 15 de maio, há quase dois meses. Desde então, entretanto, apenas duas intervenções foram iniciadas, nas proximidades da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), uma para cada sentido da via.
Os canteiros foram isolados por tapumes que se deixam apenas um lado do passeio do meio-fio livre. Do outro lado, a obra ocupa um pouco mais de uma faixa, estreitando a passagem de carros. Dentro da área isolada, foram quebrados o passeio e a ciclovia, o único serviço visível até ontem. Em um dos trechos, dois homens conversavam sentados, um do consórcio construtor e outro da Prefeitura de Fortaleza. Indagados sobre a situação, eles não quiseram se pronunciar, mas um deles chegou a dizer: “Veja aí e diga você mesmo”.
Ciclovia
Com a interdição, quem trafega pela ciclovia precisa se arriscar entre os veículos. O lavador de carros Arnaldo Santos pedala todos os dias do Henrique Jorge até o Mercado São Sebastião, no Centro, para trabalhar. Desde o isolamento da área, ele precisa passar entre os veículos que trafegam no sentido contrário. “Eu prefiro ir pela contramão. Eu tento ir pela calçada quando dá, mas como tem postes, a gente é obrigado a descer para a pista”, disse. Com os tapumes ocupando mais de uma faixa da pista no outro sentido, Arnaldo considera a passagem mais perigosa.
Outros ciclistas assumem o mesmo risco e andam entre os carros que vêm na contramão, na faixa de maior velocidade. É o caso do garçom Vanderlan dos Santos, que também passa diariamente no local. “Eu tenho que subir a calçada e às vezes tenho que descer para a rua. Vou pela contramão, porque pelo outro lado eu não me arrisco”, disse.
Quem trabalha diariamente no local também relata as dificuldades geradas pela demora na conclusão da obra. Dona de uma banca de revistas em frente a um dos canteiros, Meiremara de Castro reclama da obra parada. “O que fizeram foi só quebrar e colocar os tapumes. Só trabalharam dois dias, um para quebrar e outro para tapar”, afirmou.
O segurança de uma escola nas proximidades, Ricardo Pereira, confirma a informação. “Começaram essa obra no começo de maio, mas só começaram. A greve dos operários da construção civil acabou, mas eles ainda não voltaram para trabalhar”.
Para Meiremara, a situação também complicou as vendas. “Isso piorou os prejuízos do comércio aqui, que já estava ruim desde que proibiram os carros de estacionar aqui”. A insegurança também aumentou, segundo ela. “Os ladrões aproveitam os tapumes para se esconder. Aqui sempre era tranquilo, mas agora mudou. Tentaram me assaltar faz 20 dias”, relatou.
Procurado pela reportagem, o titular da Seinf, Samuel Dias, informou que ligou pessoalmente para a empreiteira responsável pelas estações “e disseram que não há problema com a obra”. Segundo ele, a demora se deve, em parte, porque havia “algumas decisões de projeto a serem concluídas e árvores a serem transplantadas. “O que foi feito até agora foi a parte subterrânea, com a galeria de drenagem e bocas de lobo, além da demolição do pavimento e do canteiros”, explicou.
O secretário disse ainda que as obras deverão ser entregues entre setembro e outubro. O canteiro central que foi reformado em 2010, explica Dias, precisou ser quebrado porque o projeto executado na gestão anterior não foi o planejado para o corredor exclusivo.
Com relação à segurança no local, o tenente coronel Albano, relações públicas da Polícia Militar (PM), informou que a Av. Bezerra de Menezes “é um dos corredores mais policiados de Fortaleza, por causa dos bancos e dos comércios”. Segundo ele, o local tem rondas constantes de viaturas e motocicletas.
Para concentrar as ações em locais de maior risco, a PM pede que os cidadãos denunciem através dos númetos 190 (Ciops) e 181 (Disque Denúncia). “A população deve manter o contato com a Polícia e fazer o Boletim de Ocorrência”, completou o oficial. Com relação à quantidade de policiais que atuam na avenida, o tenente coronel Albano afirmou que a PM “não divulga o número por questões estratégicas”, finalizou.
Sinalização é alterada para melhorar o tráfego
Quem trabalha nas proximidades do local das obras das duas estações para implantação dos corredores exclusivos de ônibus na Avenida Bezerra de Menezes, afirma que trânsito ficou complicado no local em razão das intervenções iniciadas.
Para facilitar a fluidez de veículos no trecho em que uma das faixas está interditada, a Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania de Fortaleza (AMC) mudou a sinalização no local, permitindo que carros e motos trafeguem também nas duas faixas exclusivas para ônibus.
Vertical
“No dia 10 de junho foram desligados os dois equipamentos que fiscalizam a área e foi instalada uma sinalização vertical informando o condutor”, explicou o coordenador de fiscalização eletrônica do órgão, Venicio Sales.
Antes e após as interdições, afirma o coordenador da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania de Fortaleza (AMC), foram colocadas placas que indicam o fim e o reinício das faixas exclusivas de ônibus.
Venicio Sales garantiu ainda que, mesmo antes do desligamento dos aparelhos de fiscalização eletrônica, os motoristas que dirigiram pelo trecho em obras não foram multados.
“Apenas quem trafegou nas faixas de ônibus em outros pontos foi autuado”, disse o coordenador de fiscalização eletrônica da AMC. A autarquia informou ainda que uma rota atua constantemente na Avenida Bezerra de Menezes com uma viatura e duas motos para fiscalizar e também orientar os condutores que trafegam pela região.
Germano Ribeiro
Repórter
Fonte: Diário do Nordeste
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