Cid diz buscar consenso, mas admite desocupação de acampamento do Cocó pela PM

O governador Cid Gomes (PSB) deixou claro nesta segunda-feira, 19, que a Polícia Militar do Ceará promoverá – caso necessário – a desocupação de manifestantes que acampam em área do Parque do Cocó. Em entrevista coletiva, Cid disse que Estado e Prefeitura ainda buscam acordo com os manifestantes, na tentativa de encontrar consenso que não passe necessariamente por uma ação policial. “Tudo que eu menos queria era que a PM ficasse encarregada dessa tarefa”, disse. O governador afirma ainda que vem conversando com Roberto Cláudio (PSB) sobre o assunto. “O prefeito Roberto Cláudio me ligou e disse que estava tentando contato com uma série de mediadores, para chegarmos a um consenso”, disse. Apesar disso, Cid não negou que, caso necessário, o Estado promoverá a desocupação. Sobre a área verde do Parque do Cocó, Cid Gomes ressaltou promessa de que deverá, até o final de seu governo, efetivar a regulamentação da área. “É uma questão muito complexa (…) o que existe são dois decretos, que delimitam a área como de interesse público, o que acabou gerando algumas questões judiciais”, diz. Segundo ele, algumas ações indenizatórias necessárias para a regulamentação tem valor de mais de R$ 1 bilhão. Diálogo No último dia 5 de agosto, o governador visitou área onde estão acampados manifestantes contrários à derrubada de árvores do Cocó para construção de viadutos no encontro das avenidas Antônio Sales e Engenheiro Santana Júnior. A visita teria ocorrido, segundo Cid, para tentar construir consenso com manifestantes. Três dias após a passagem, operação da Guarda Municipal expulsou os ativistas do local. Manifestantes presentes no acampamento do Cocó questionam interesse da Prefeitura de Fortaleza em dialogar sobre alternativas para os viadutos na área. “Não há diálogo. Fizemos dez propostas alternativas para obra na região e o prefeito nem sequer olhou. Não há interesse de ouvir, para eles ou aceitamos sair ou eles botam a polícia em cima”, diz a ex-vereadora Rosa da Fonsêca. Fonte: Texto do Jornal O Povo