Ceará é o estado nordestino com maior percentual de pessoas com deficiência

Dificuldade de andar ou subir degraus está entre as principais queixas de quem se enquadra nesta população. Evento em Fortaleza discute tratamentos e tecnologia para pessoas com restrição de mobilidade

Foto: : Freepik
Dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad) Contínua de 2022, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mostram que o Ceará possui o maior percentual de pessoas com deficiência em relação à população local se comparado com as demais unidades federativas do Nordeste: são 10,9% dos cearenses com alguma deficiência. Deste total, 36,4% são pessoas que relataram no levantamento alguma dificuldade em andar ou subir degraus, sendo o tipo de reclamação mais comum entre as pessoas entrevistadas, segundo o IBGE. Nas macrorregiões do país, o Nordeste, em comparação com as demais, é a que apresenta o percentual mais elevado: são 10,3% de nordestinos com deficiência, enquanto a média nacional é de 8,8%. Dentro do índice na região, 37,5% dizem ter dificuldade de andar ou de subir degraus. O grande contingente de pessoas nesta condição aponta para a necessidade de aprimorar o tratamento e a tecnologia para a população que precisa de melhoria na mobilidade. Por isso, a capital cearense recebe o VII Cobrafin (Congresso Brasileiro de Fisioterapia Neurofuncional) entre os dias 6 e 9 de setembro. O evento é realizado pela Associação Brasileira de Fisioterapia Neurofuncional (Abrafin) e conta também com diferentes empresas e instituições ligadas à produção de tecnologia e tratamento para pessoas com mobilidade reduzida. Segundo a presidente do evento, Renata Jucá, o congresso terá exposições, palestras, mesas temáticas e oficinas. O objetivo, afirma a presidente no site do congresso, será “disseminar e aprofundar os avanços científicos e tecnológicos que permeiam a nossa prática clínica, sempre com respaldo científico e baseada nas preferências dos indivíduos”. Tecnologia para bem-estar e inclusão Melhorar a locomoção e o bem-estar das pessoas com restrição de mobilidade é uma das formas de incluir e integrar mais pessoas à sociedade. A falta de acessibilidade, bem como de tratamento e equipamentos adequado, pode impedir que essa população tenha acesso a trabalho e estudo, por exemplo, conforme explica Thomas Pfleghar, diretor de academy na América Latina da Ottobock. A empresa alemã, que desenvolve também no Brasil equipamentos para a melhoria na mobilidade de pacientes, é uma das organizações que estará no evento. “Em muitos casos as pessoas com alguma dificuldade de andar apresentam disfunções neurológicas. Com alguma limitação, na maioria das vezes, precisam de dispositivos facilitadores de mobilidade, como órtese e cadeira de rodas. Por isso o investimento nessa área é importante para devolver a qualidade de vida a essas pessoas”, afirma. Exemplo desta fala do diretor da empresa é outro recorte presente na Pnad Contínua: segundo o IBGE, a taxa de analfabetismo entre pessoas com deficiência era de 19,5% no ano de 2022 (contra 4,5% das pessoas sem deficiência). A mesma discrepância aparece no mercado de trabalho: enquanto apenas 29,2% na população com deficiência estava na força de trabalho em 2022, no grupo sem deficiência eram 66,4%. Por isso, explica Pfleghar, neste contexto é importante “cada indivíduo ser considerado como singular e tratado de acordo com sua preferência, diante do contexto ambiental e social a qual e ele está inserido. Dessa forma as pessoas com deficiência terão melhores condições de entrar tanto no mercado de trabalho quanto nos estudos ou em outras atividades da sociedade”. Segundo Pfleghar, encontros como o Cobrafin são necessários para a melhoria de equipamentos e pesquisas na área. “Esses eventos oferecem espaços abertos para discussão e apresentação das inovações tecnologias e cientificas sobre a área. Essa oportunidade de troca de saberes e atualização cientifica permite ao especialista manter-se a frente do panorama de reabilitação neurofuncional”, afirma. Workshop Neste contexto, a empresa fará um workshop durante o Cobrafin com o tema “Princípios e aplicabilidade das Órteses neurológicas e de reabilitação”. O encontro será ministrado pela Bruna Silva Serravallo, que é biomédica e especialista em órteses Ottobock. O workshop acontece no dia 8 de setembro, a partir das 13h30, e tem como objetivo disseminar o conhecimento sobre como as órteses podem facilitar o processo de reabilitação de um paciente.

Serviço

VII Congresso Brasileiro de Fisioterapia Neurofuncional (Cobrafin) Data: de 6 a 9 de setembro Local: Centro de Eventos do Ceará Endereço: Av. Washington Soares, 999 – Edson Queiroz, Fortaleza – CE Cidade: Fortaleza (CE) Sobre a Ottobock Fundada em 1919, em Berlim, na Alemanha, a Ottobock é referência mundial na reabilitação de pessoas amputadas ou com mobilidade reduzida por sua dedicação em desenvolver tecnologia e inovação a fim de retomar a qualidade de vida dos usuários. Dentro de um vasto portifólio de produtos, a instituição investe em próteses (equipamentos utilizados por pessoas que passaram por uma amputação); órteses (quando pacientes possuem mobilidade reduzida devido a traumas e doenças ou quando estão em processo de reabilitação); e mobility (cadeiras de rodas para locomoção, com tecnologia adequada a cada necessidade). A Ottobock chegou ao Brasil em 1975 e atua no mercado da América Latina também em outros países como México, Colômbia, Equador, Peru, Uruguai, Argentina, Chile e Cuba, além de territórios da América Central. Atualmente, no Brasil, são oito clínicas, presentes em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Recife e Salvador. Fonte:  Freepik
Zeudir Queiroz

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