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Canindé: Matriarca festeja 108 anos de vida

Canindé. Mesmo com sol e poeira, o feriado foi também de comemoração singular na comunidade de Pedras Pretas, no Distrito de Targinos, distante 54 quilômetros da sede de Canindé. É onde mora a mulher mais idosa dessa parte do sertão. Francisca Vieira Jucá comemorou em família aniversário ontem, no feriado de Corpus Christi. Ela nasceu no dia 7 de junho de 1904, na localidade de Betânia, no antigo Distrito de Madalena, à época pertencente ao Município de Quixeramobim.


Francisca Vieira Jucá, 108 anos, conhecida na região por dona Iaiá, hoje vive com filhos e sobrinhos em uma casa na cidade de Canindé FOTO: ANTÔNIO CARLOS ALVES

A festejada senhora nasceu fruto de um amor de Manoel Pinho Vieira e Francisca Pinho Vieira. Francisca Vieira Jucá, 108 anos, conhecida na região por dona Iaiá, casada com Lairton Renovado Jucá, já falecido no ano de 1962. Desse matrimônio foram gerados dez filhos, dos quais nove estão vivos, além de 20 netos e 23 bisnetos. A comemoração reuniu a grande família.

Atualmente morando em uma casa ampla e com muito conforto, às margens da rodovia municipal que dá acesso à Serra de Aratuba e aos Municípios de Choró e Itapiúna, dona Iaiá vive com as filhas Francinalda Vieira Jucá, 78 anos, Luciléia Vieira Jucá, de 73 anos, e José Lairton Jucá, de 85 anos, uma espécie de condomínio da longevidade.

Além dos filhos, permanecem no convívio da mulher mais velha da região, a sobrinha Terezinha Barbosa Camurça, de 75 anos, e o sobrinho José Ailton Barbosa Camurça, de 77 anos.

Missa
Para comemorar seu aniversário, uma missa foi celebrada pela manhã em sua residência, pelo Padre Cláudio, titular da Paróquia de São Francisco de Paula, em Aratuba. “Durante toda esta semana, familiares, amigos, parentes irão comemorar essa festa inédita para todos nós que conhecemos a Dona Iaiá”, diz emocionada Elismária Cruz Lima, uma amiga que se considera filha adotiva da aniversariante

Esforço

Dona Iaiá teve uma vida de muito trabalho e sofrimento. Sem a presença do marido desde 1862, teve que trabalhar para ajudar criar os filhos, mas “graças a Deus, ao seu esforço e aos filhos, conseguiu chegar aos 108 anos com plena consciência e transmitindo alegria e simpatia”.

Após muitos anos de sofrimento, cuidando da casa e da família, dona Francisca prometeu a si mesma: “vou criar todos com muita dignidade e carinho”. De acordo com a filha Francinalda Vieira Jucá, até os 103 anos, sua mãe ainda fazia crochê sem problemas. “Ela andou até os 106 anos. Hoje temos um cuidado maior e a colocamos em uma cadeira de rodas para evitar acidentes, mas ela conversa normalmente e conhece muito bem as pessoas da região”.

Do Diário do Nordeste

Zeudir Queiroz