São Paulo. Pesquisa Datafolha finalizada na sexta-feira (10) mostra que a popularidade da presidente Dilma Rousseff parou de cair. Em relação ao levantamento anterior, em março, os números a respeito de seu desempenho no comando do país são bastante parecidos. Para 13%, ela faz um governo bom ou ótimo, a mesma taxa apurada no mês passado. Para outros 60%, a administração é ruim ou péssima, só dois pontos a menos que o observado na pesquisa anterior.
A aparente estabilização da popularidade após um período de forte queda, porém, não pode ser considerada uma boa notícia para Dilma.
Primeiro porque esses patamares estão entre os piores desde o início de seu primeiro mandato, em 2011, e entre os piores mesmo na comparação com todos os presidentes desde Fernando Collor de Mello, o primeiro eleito pelo voto direto após a redemocratização do país. A atual taxa de aprovação de Dilma só é comparável com os piores momentos dos ex-presidentes Itamar Franco (12% de aprovação em novembro de 1993, época do escândalo do Orçamento, na Câmara) e Fernando Henrique Cardoso (13% em setembro de 1999, quando a população sentia os efeitos da desvalorização do Real). Na véspera de ser afastado da Presidência por um processo de impeachment, em 1992, Collor tinha 9% de aprovação, a pior taxa apurada.
O segundo motivo é que a reprovação de Dilma por parte de 50% da população ou mais parece pulverizada. Ocorre em todos os segmentos estudados pelo Datafolha. É assim entre homens e mulheres, em todas as regiões do país, entre eleitores de todas as faixas etárias, dos mais aos menos escolarizados e ainda com todos os padrões de renda.
Também estáveis e em patamares igualmente recordes e alarmantes estão as expectativas em relação à economia. Para 78%, a inflação deverá aumentar. Para 70%, o desemprego vai subir. E 58% acham que a situação econômica do país deve piorar. O Datafolha ouviu 2.834 pessoas; a margem de erro é de dois pontos percentuais.
Expectativa quanto a atos
Pouco tempo após completar três meses de governo, a presidente Dilma Rousseff deverá enfrentar neste domingo (12) nova manifestação popular contra sua gestão. Desde que foi empossada, em 1º de janeiro, ela vem sendo confrontada por crises quase diárias na economia, nas relações políticas e nas ruas.
No intervalo de menos de um mês entre um protesto e outro, Dilma se viu obrigada a fazer uma reformulação no Ministério, com ênfase na articulação política, alvo de críticas dos aliados e obstáculo para a aprovação do ajuste fiscal.
A expectativa do governo é que os protestos deste domingo sejam menores do que os de 15 de março, quando mais de 2 milhões de pessoas foram às ruas.
Durante a semana, o Palácio do Planalto monitorou as redes sociais e concluiu que, desta vez, a adesão será inferior. Segundo auxiliares presidenciais, de lá para cá, não houve fato novo de grande repercussão contra Dilma. Pelo contrário, o governo avalia que a indicação do filósofo Roberto Janine Ribeiro para o Ministério da Educação, a maior exposição de Dilma e a mudança na coordenação política melhoraram o ambiente.
Fonte: Diário do Nordeste
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