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Como Fortaleza e Ceará chegam ao turno final deste Brasileirão

O primeiro turno da Série A terminou e, se a margem for mantida, Ceará e Fortaleza jogarão na elite nacional também em 2020. Os dois times fecharam a metade da competição com 22 pontos

Diante do poderio financeiro dos rivais na tabela da Série A do Campeonato Brasileiro, Ceará e Fortaleza, os dois representantes do Estado, entraram na disputa com a “modesta” missão de garantir mais um ano na elite do futebol nacional. Passadas 19 das 38 rodadas e cada um dos clubes acumulou 22 pontos, quatro a mais que o primeiro time dentro da zona de rebaixamento (Z-4), da competição. A média histórica para fugir do descenso à Série B é de 44 pontos — ou seja, em tese, se Leão e Vovô repetirem a dose, seguem entre os 20 melhores do País.

Romarinho reconheceu que o time não fez um bom início de jogo contra o Ceará, no sábado passado.

 

Quando a tabela da Série A do Brasileiro chegou à metade no ano passado, as perspectivas do futebol cearense dentro da competição, à época representado somente pelo Ceará, eram péssimas. Para o Fortaleza, a elite ainda era um sonho — cada vez mais real, mas ainda nada concreto.

Mesmo com uma campanha de recuperação em andamento, o Vovô era o vice-lanterna com 16 pontos, estava a cinco de deixar o Z-4 e ainda teria de fazer um segundo turno de quem briga por vaga na Copa Libertadores para assegurar permanência.

No fim das contas, o Alvinegro fez o que poucos acreditavam e garantiu mais um ano na elite. A lição parece ter sido aprendida e na atual edição do Brasileirão o Ceará não frequentou a zona de rebaixamento nenhuma vez.

No comando técnico do Vovô desde o início da Série A, Enderson Moreira contou com combinações de resultados para não entrar numa crise logo no início da competição — perdeu três partidas consecutivas após a estreia, mas não entrou no Z4 — e depois conseguiu controlar a oscilação.

Tal qual no ano passado, com Lisca, Enderson fez da defesa o ponto alto do Ceará, o que levou o time a ganhar posições a cada rodada que pontuava pelo fato de ter melhor saldo de gols que todos os principais concorrentes.

Na campanha, três vitórias chamam a atenção: sobre Grêmio, Palmeiras e o triunfo no primeiro Clássico-Rei da Série A na era dos pontos corridos. O conjunto e a estratégia mostraram que o treinador conhece bem o grupo e pode tirar muito do elenco. Não fossem falhas individuais, especialmente ofensivas e alguns erros determinantes de arbitragem, o Vovô teria campanha suficiente para entrar no returno pensando mais em vaga na Copa Sul-Americana que em se afastar do rebaixamento.

O desempenho do Fortaleza é quase idêntico. Após mais de uma década fora da Série A, e vindo de uma arrancada de acessos consecutivos, o Leão também fez primeiro turno dentro do satisfatório. Com o pior contrato de TV dentre os 20 clubes da elite — ou seja, recebendo menos —, o Tricolor entrou na competição sem esconder a missão de não cair para a Série B.

Diante disso, ter figurado no Z-4 em apenas duas oportunidades durante 19 rodadas parece ótimo. O time, porém, deixou escapar pontos que o deixariam hoje numa situação bem mais tranquila, com direito a pensamentos mais ousados na competição.

Como visitante, o Tricolor conseguiu roubar pontos de adversários diretos — venceu0 Chapecoense-SC e CSA-AL —, e de pedreiras — empatou com Santos-SP, Atlético-MG e Bahia. No Castelão, porém, o Leão vacilou muito e não conseguiu faturar nem mesmo 50% dos pontos que disputou.

Com um time limitado, o Fortaleza apresentou, desde o início, dificuldades na defesa e problemas na marcação. A ofensividade imposta pelo ex-técnico Rogério Ceni, hoje no Cruzeiro-MG, que formatou esquema com quatro atacantes, no entanto, por vezes compensou o risco. Ontem, o time inclusive voltou à antiga formatação tática.

Os últimos cinco jogos do Fortaleza foram sob o comando de Zé Ricardo, único treinador com quem a diretoria tricolor conversou após a saída de Ceni — contra o CSA, Marconne Montenegro, do Sub-20, assumiu interinamente. Mais precavido e pregando equilíbrio, o técnico carioca adotou esquema tático menos ousado e acertou, na medida do possível, a defesa do time. Zé Ricardo também facilitou a chegada de reforços, aceitando nomes oferecidos pela diretoria.

Discreto e com desempenho inferior ao do famoso antecessor, Zé ainda tenta conquistar a confiança da torcida do Fortaleza e agora terá sequência complicada pela frente. Precisa ainda buscar o time titular ideal.

O certo para os dois representantes cearenses na Série A é que se pelo menos repetirem as campanhas do primeiro neste segundo turno, ambos garantem mais uma ano na elite. Aliás, caso dobrem a pontuação que possuem hoje, Ceará e Fortaleza podem até beliscar vaga na Sul-Americana. Isso acontece pelo baixo desempenho dos quatro times que hoje ocupam o Z-4.

“A perspectiva para esse ano de permanência se desenha abaixo da média histórica de 44 pontos. Imaginando até uma possível elevação do desempenho do Z-4 atual, a possibilidade é de que 42 pontos seja o mais provável teto que uma equipe precise alcançar. Porque se pegarmos a média de evolução nos anos anteriores, a projeção indica algo por volta de 40. Pontuação que só o Palmeiras de 2014 conseguiu obter sem ser rebaixado”, explica o estatístico e comentarista da rádio POVO CBN Thiago Minhoca.

Futcast fala sobre Edson Cariús, Enderson Moreira e as possíveis contratações de Leão e Vovô

Fonte: O Povo Online

 

Zeudir Queiroz