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Fortaleza tem cesta básica mais cara do Nordeste

FOTO JOÃO FLORENÇO / O ESTADO CE

Em março, Fortaleza teve a cesta básica mais cara do Nordeste, de acordo com a pesquisa mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O conjunto dos 12 produtos que compõem a cesta custou R$ 517,05, ficando na frente de capitais, como João Pessoa (R$ 478,52), Natal (R$ 477,56), Aracaju (R$ 468,79), Recife (R$ 461,33) e Salvador (R$ 461,28).

Além das capitais do Nordeste, o preço da cesta em Fortaleza foi mais caro que na região Norte. Conforme aponta o Dieese, os 12 produtos básicos, em Belém, custaram R$ 515,77.

Na avaliação do supervisor técnico do Dieese, Reginaldo Aguiar, a cesta básica de Fortaleza a R$ 517,05, tem valor maior que o dobro do auxílio emergencial, cujo pagamento base é de R$ 250, podendo ainda ser menor, de R$ 150, para quem mora sozinho. “O auxílio emergencial de R$ 250 garante um valor diário de R$ 8,33. Com esse valor, cada família só compra algo em torno de 48,53% do valor da cesta”, observa.

De acordo com Reginaldo, um auxílio de R$ 250 destinado apenas à alimentação de uma família, em Fortaleza, equivale mensalmente a: 2,8 quilos de carne; 2,9 litros de leite; 2,8 quilos de feijão; 700 gramas de arroz; 450 gramas de farinha; 58 pães carioquinhas; 145 gramas de café; 43 bananas; 1,450 quilo de açúcar; e 435 milímetros de óleo.

Deflação
Apesar de ser uma das mais caras do Nordeste, em março, o conjunto dos 12 produtos que compõem a cesta básica de ficou 1,22 % mais barata quando comparada com fevereiro, quando custou R$ 523,46. A deflação foi influenciada pela baixa de sete produtos da cesta, dentre eles, destacam-se: a banana (- 8,43%), o tomate (-6,62%) e o leite (-5,51%).

“A baixa nos preços de sete dos doze produtos da cesta básica fez com que um trabalhador, para adquirir os produtos, respeitadas as quantidades definidas para a composição da cesta, tivesse que desembolsar R$ 517,05”, aponta o levantamento do Dieese. A pesquisa considera como base o salário mínimo vigente no país de R$ 1.100,00 e uma jornada mensal de 220 horas, sendo, portanto, necessário trabalhar 103h e 25 minutos para gastar com alimentação.

No mês, houve aumento no preço da manteiga (3,93%), do café (2,49%) e da farinha (1,54%).
Variação
De acordo com o Dieese, em seis meses a cesta básica em Fortaleza aumentou 6,44% e 8,83% na comparação de março deste ano com mesmo mês em 2020. Isto significa que a alimentação básica em março de 2021 (R$ 517,05) está mais cara do que em setembro de 2020 (R$ 485,75) e em março de 2020 (R$ 475,11).

Em seis meses, dos produtos que compõem a Cesta Básica, os únicos itens a apresentar redução no preço foram o tomate (-18,50%) e o leite (-3,34%). Os itens que apresentaram as maiores elevações foram: a farinha (20,63%), o óleo (16,40%) e a carne (14,11%).

Nacional
A pesquisa do Dieese aponta que das 17 capitais pesquisadas, o custo médio da cesta básica diminuiu em 12 e aumentou em cinco. As maiores reduções foram registradas em Salvador (-3,74%), Belo Horizonte (-3,11%), Rio de Janeiro (-2,74%) e São Paulo (-2,11%).
As capitais onde ocorreram as maiores altas foram Aracaju (5,13%) e Natal (2,83%). A cesta mais cara foi a de Florianópolis (R$ 632,75), seguida pela de São Paulo (R$ 626,00), Porto Alegre (R$ 623,37) e Rio de Janeiro (R$ 612,56).

Fonte: https://www.oestadoce.com.br/

Zeudir Queiroz