Aluna de cursinho da UFC forjou narrativa de estupro para se vingar de universitário

A adolescente de 17 anos que afirmou ter sido estuprada por um estudante da Universidade Federal do Ceará (UFC) forjou uma narrativa de estupro por “vingança”, de acordo com a delegada Arlete Silveira, titular da 12ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Para a investigadora, a “farsa muito bem montada até atrapalha a chegada ao autor do verdadeiro estupro”. O estudante que era considerado suspeito teve a prisão preventiva revogada.

Das três denúncias encaminhadas à delegacia, duas de estupro e uma de importunação sexual, apenas uma era verdadeira. O caso aconteceu no dia 15 de abril, dentro do campus da UFC no Bairro Pici, em Fortaleza. Segundo a delegada, o relato da adolescente sobre um segundo caso, no dia 22 de outubro, se baseou na primeira ocorrência. No entanto, ela informou o suposto estupro não teria ocorrido dentro do ambiente da universidade.

Diante das acusações, um universitário ficou preso durante seis dias, no DHPP, no Bairro de Fátima. Porém, na tarde da última quinta (31), a Justiça Estadual revogou a prisão do jovem após pedido da própria Polícia Civil e ele foi solto. “A gente tem a missão de protegê-lo. Houve um linchamento virtual”, afirma Arlete Silveira.

Para forjar a narrativa do estupro, a adolescente criou duas contas falsas na rede social Instagram e passou a enviar ameaças para ela mesma, mas atribuindo-as a um universitário. Contudo, conforme a delegada, nenhum rastro foi encontrado nos aparelhos eletrônicos do estudante. Já nos da jovem, a polícia encontrou.

Uma das mensagens dizia: “nós se encontra já, ainda bem que ‘tá’ de saia já ajuda no trabalho, tem gente te seguindo aí dentro gatinha, acho bom você ficar esperta”. Por outro perfil, ela enviou: “cansei de brincadeira. Se eu te pegar sozinha pelo Pici, não vai ter perdão eu vou fazer o que eu sempre quis com você”.

Investigação

Em nota emitida na semana passada, a UFC informa que abriu sindicância para apuração e adoção de “providências cabíveis”.

“Ao mesmo tempo em que repudia, veementemente, todo e qualquer ato de violência, a UFC informa que o procedimento de sindicância é realizado sob sigilo, a fim de preservar os nomes das vítimas e de não prejudicar as investigações”, declarou a Universidade.

Além disso, a instituição afirma que vai redefinir a logística de segurança e reavaliar o posicionamento de postos de vigilância no campus do Pici, além de ampliar as condições de iluminação e substituir lâmpadas em determinadas áreas do local.

Fonte: G1 – CE

Zeudir Queiroz

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