Após seis meses de negociações, empresa sul-coreana formaliza intenção de ser sócia do empreendimento
O projeto que visa implantar uma laminadora de aços planos no Estado, idealizado pela Aço Cearense, ganhou, enfim, um sócio para o seu desenvolvimento. Trata-se da sul-coreana Posco, que assinou ontem, o Memorando de Entendimento com a empresa cearense, comprometendo-se assim, a produzir um estudo de viabilidade técnica e econômica para a criação do empreendimento. Em sua primeira fase contará com um investimento de US$ 800 milhões.
A primeira fase do empreendimento deve produzir 700 mil ton de bobinas por ano
Foto: Divulgação
De acordo com o vice-presidente da Aço Cearense, Ian Corrêa, a assinatura do protocolo é mais uma etapa superada para que o projeto ganhe força. “O estudo deve ficar pronto ainda no primeiro semestre do próximo ano, trazendo todos os detalhes sobre investimentos, produção, número de funcionários e localização do empreendimento”, afirma. “Chegamos em um entendimento com a Posco e acredito que o namoro virou noivado”, brinca Corrêa.
Quando a Aço Cearense ainda buscava investidores para o projeto da laminadora, uma empresas europeia e outra norte-americana chegaram a ser cogitadas, assim como a também sul-coreana Dongkuk. Ian Corrêa, porém, afirmou que, por hora, a parceria será apenas com a Posco. “A princípio, a Aço Cearense será a sócia majoritária, mas a porcentagem de cada uma ainda será definida”, comenta.
Terreno em Caucaia
Ao contrário do que foi cogitado anteriormente, a laminadora não dever ser instalada dentro da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Pecém. Isso porque, caso fosse assim, o empreendimento precisaria destinar 80% de sua produção à exportação, o que não faz parte dos planos da Aço Cearense. “Queremos atingir o mercado nacional”, explica Ian Corrêa.
Cid Gomes participou como testemunha da assinatura do Memorando de Entendimento entre a Posco e a Aço Cearense Foto: Joselito Silveira/Divulgação
Segundo o presidente do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico (Cede), Alexandre Pereira, o governo possui um terreno de 135 hectares no município de Caucaia e deve vender a área para a construção do empreendimento. “O principal cliente da laminadora será a própria Aço Cearense, que vai aproveitar até metade da produção. Assim, não faz muito sentido fazer a instalação em uma área com incentivo às exportações”, opina o secretário.
Terceira siderúrgica
Com a construção da laminadora, o Ceará deve contar com um total de três siderúrgicas nos próximos anos, tendo em vista que já estão em instalação a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e a Siderúrgica Latino-Americana (Silat), em Caucaia.
São duas fases previstas para a construção da laminadora. A primeira deverá contar com a produção total em torno de 700 mil toneladas, por ano, de bobinas (ar quente, ar frio e galvanizadas). Já na segunda fase, o total chegará a 1 milhão de toneladas/ano das mesmas bobinas.
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