Fortaleza pode ter parque tecnológico como o Vale do Silício

Robson Cavalcante
A intenção está ligada ao Cinturão Digital, à chegada de cabos submarinos e à posição geográfica de Fortaleza Fortaleza poderá ter um parque tecnológico aos moldes – e com o apoio – do Vale do Silício, nos Estados Unidos. O empresário norte-americano e mentor da Universidade Stanford da Califórnia, David Bakker, está interessado na Capital cearense e se reuniu ontem com o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece), Roberto Smith, e com o diretor de Atração de Investimento da agência, Cláudio Frota, apresentando um projeto de desenvolvimento na área de tecnologia da informação na cidade. O empresário norte-americano e mentor da Universidade Stanford da Califórnia, David Bakker, reuniu-se ontem com membros da Adece FOTO: DIVULGAÇÃO O Vale do Silício, localizado na Califórnia, concentra empresas nos ramos de eletrônica, informática e componentes eletrônicos e é uma das maiores aglomerações empresariais com domínio de tecnologia de ponta do mundo. Apontada como a “Meca da Inovação”, a região agrega empresas como Google, Intel, Apple, Adobe Systems, Yahoo!, entre outras. De acordo com o presidente da Adece, o empresário e consultor internacional já havia encaminhado correspondência à agência demonstrando interesse em conversar com o governo sobre a possibilidade de um projeto conjunto na cidade, e recebeu resposta positiva. “A infraestrutura montada no Ceará com o Cinturão Digital, a posição geográfica e chegada dos cabos submarinos a Fortaleza, com possibilidade de instalação de um datacenter aqui, isso tudo chama a atenção”, justifica. Outro encontro “O Brasil está fora dos circuitos do avanço tecnológico, e a criação de um parque do tipo pode ser a entrada do País nesse mercado”, aponta. Smith afirmou que a conversa de ontem foi preliminar, mas que, na próxima segunda-feira, terá uma nova reunião com Bakker, desta vez com a presença do presidente da Câmara Setorial da Tecnologia da Informação, Charles Boris, e o secretário de Desenvolvimento Econômico de Fortaleza, Robinson de Castro. Ele adiantou os planos de criação de duas equipes, uma brasileira e outra norte-americana, envolvendo governo, universidades e iniciativa privada, com foco na criação do parque. As equipes elaborariam um plano de negócios, com possibilidade de criação de um fundo de investimentos de participação. “Confirmando este plano, Bakker formaria um comitê de empresários do Vale do Silício interessados em investir em Fortaleza. O mesmo seria feito aqui com empresas locais”, esclareceu. Construção No encontro da próxima segunda-feira, também será estudada a possibilidade de criação do parque através de uma Parceria Público-Privada (PPP) – ideia que vem sendo trabalhada pela Prefeitura de Fortaleza. O prefeito Roberto Claudio informou que, há três semanas, abriu um edital para manifestação de interesse público para formação de uma PPP para o parque, e já houve empresas interessadas. “A partir daí, nós vamos definir a área, o perfil do parque. Mas, a partir do momento que você abre para manifestação, e rapidamente alguém se manifesta, isso demonstra que é algo que tem viabilidade para uma PPP. E o parque tecnológico é uma atividade de negócio que tem todo o perfil de uma PPP, e a Prefeitura vai entrar obviamente com uma contrapartida”, informou o gestor ao Diário do Nordeste na semana passada, ainda antes de ter conhecimento dos planos do empresário do Vale do Silício. SÉRGIO DE SOUSA REPÓRTER

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